Data de publicação: 05-12-2016 00:00:00

Bióloga mineira quer reciclar bitucas de cigarro e transformá-las em porta-copos

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Léo Rodrigues/Agência Brasil
 
Agência Brasil
 
A bióloga Bárbara Sales, de 26 anos, vem desenvolvendo uma pesquisa para transformar as bitucas de cigarro em porta-copos. Ela apresentou o trabalho durante a 7ª ExpoCatadores, em Belo Horizonte. O evento, organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), aconteceu no último mês.
 
Atualmente trabalhando como educadora ambiental no Instituto Inhotim, em Brumadinho, na região metropolitana, Bárbara começou o estudo como projeto de final de curso. Ela coletou manualmente as bitucas pelas ruas da capital mineira e também disponibilizou um coletor em alguns bares, onde os fumantes poderiam fazer o descarte do resto do cigarro após o consumo.
 
Por meio de testes e de revisão bibliográfica, a bióloga estabeleceu um processo de reciclagem. "Eu deixei as bitucas de molho em um componente químico por cerca de sete dias. Em seguida, o material foi submetido a um cozimento a 200 graus e virou uma massa. Depois, há um processo para deixar as partículas mais homogêneas, a secagem e a confecção do porta-copo", explica.
 
Conscientização ambiental
 
De acordo com levantamento da publicação Tobacco Atlas, da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5,8 trilhões de cigarros foram consumidos em todo o mundo em 2014. O Brasil é apontado como o maior mercado latino-americano do produto. Diante desse cenário, o objetivo de Bárbara é promover a conscientização ambiental dos fumantes.
 
"Eu pensei no porta-copo por um raciocínio simples. O público fumante geralmente frequenta bares. Se esses bares e restaurantes oferecerem um produto feito a partir do resto do cigarro que ele consome, esse público pode se conscientizar e parar de jogar as bitucas nas ruas de forma inadequada".
 
Ainda sem patrocínio para a pesquisa, Bárbara conta com o apoio do Centro Universitário Newton Paiva, que lhe empresta os laboratórios mesmo ela já tendo concluído a graduação. A pesquisa está, agora, entrando na fase de análises químicas para verificar se ainda há toxinas no porta-copo e como retirá-las. Ela também está fazendo testes com outros reagentes para chegar a um produto final com mais resistência e capacidade de absorção. A expectativa é de que o porta-copo possa, futuramente, se tornar mercadoria e ser comercializado nos bares.
 
Exemplo
 
A iniciativa de reciclar bitucas não é inédita no Brasil. No Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), já existe uma pesquisa com resultados cujo objetivo é transformar os restos do cigarro em papel e, consequentemente, em cartões, convites de festas e outros produtos de papelaria. O projeto obteve a parceria de um empreendedor da cidade de Votorantim (SP) que abriu, em março deste ano, uma usina na cidade paulista para a reciclagem de bitucas.
 
A Rede Papel Bituca, gerida pelo Instituto SOS - Sistemas Organizados para a Sustentabilidade - atua na capital paulista e também transforma o resto do cigarro em papel. A iniciativa desenvolve ainda ações de conscientização pelo descarte correto em shows. Segundo estimativa da Rede Papel Bituca, aproximadamente 34 milhões de bitucas são descartadas diariamente nas ruas da Grande São Paulo. Cada uma delas demoraria, em média, quatro anos para decomposição, gerando problemas ambientais em metrópoles, florestas e campos.
 
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