Data de publicação: 07-06-2017 16:07:00

Campanha da ONU quer reduzir descarte de plásticos em rios e mares do Brasil

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Lançamento da campanha Mares Limpos, da Organização das Nações Unidas, no AquaRio

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
 
Agência Brasil
 
A redução do lixo marinho é alvo da campanha Mares Limpos, lançada nesta quarta-feira (6) pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Rio de Janeiro. O objetivo é convencer pessoas e empresas a reduzirem o consumo de plásticos e evitar o descarte deles.
 
A representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, disse que a campanha terá duração de cinco anos e espera contar com parcerias governamentais e não governamentais brasileiras. "A gente sabe o tamanho do Brasil, país número um em biodiversidade e com uma costa enorme", ressaltou.
 
Substituir e reduzir
 
Um ponto importante da campanha é obter a colaboração de empresas para substituir ou reduzir o uso de plásticos nos produtos. "Não adianta a gente trabalhar só na consequência. Tem que trabalhar na causa. É claro que não são as empresas que jogam o lixo (nos mares), são os usuários, mas a gente precisa ter uma parceria em todo o ciclo da produção. Se a gente só limpar as praias, amanhã as teremos sujas de novo", disse Denise.
 
As conversas da ONU com as empresas para que elas substituam o plástico por produtos biodegradáveis já começaram, e está em curso um trabalho para mapear quais setores podem contribuir mais para a campanha. "A gente percebe que o setor de cosméticos é interessante e dá para trabalhar muito", disse a representante da ONU Meio Ambiente.
 
Dentro da estratégia de promover um maior esclarecimento e conscientização das empresas para o assunto, a campanha pretende realizar seminários regionais para mapear hábitos locais que podem ser mudados, reduzindo o descarte de lixo pela população.
 
Mostra da fauna
 
O próprio local escolhido para o lançamento da Mares Limpos, o AquaRio, maior aquário marinho da América do Sul, por si só já foi bastante significativo, por trazer uma mostra da biodiversidade marinha brasileira. Inaugurado em 2016, no Porto Maravilha, como parte do projeto de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, o equipamento já recebeu cerca de 800 mil visitantes.
 
O diretor-presidente do AquaRio, Marcelo Szpilman, destacou na abertura do evento que todos podem contribuir para a redução do lixo marinho. "O descarte incorreto de lixo nas praias e rios é uma forma infantil de lidar com a situação. Você esconde o lixo e acha que sumiu do planeta", alertou Szpilman, que é biólogo marinho.
 
Lixo viajante
 
O lixo despejado nas praias e rios viaja com as correntes marinhas e as consequências chegam a lugares distantes e inabitados, como o Atol das Rocas, localizado no meio do oceano, a 270 quilômetros de Natal (RN), e que já tem a fauna afetada pela poluição. A pesquisadora e ambientalista Maurizélia de Brito percorre regularmente as praias do local, recolhendo lixos como lâmpadas, sacolas plásticas, copos e garrafas.
 
"Mesmo sem ter população, o lixo é um problema que só não se agrava no Atol das Rocas porque a gente não permite. Chega muito lixo de Fernando de Noronha, inclusive copinhos plásticos das operadoras de mergulho", conta Maurizélia, que diz que retira os resíduos até mesmo dos ninhos de aves.
 
Além de trazer prejuízos à fauna marinha, que termina até mesmo ingerindo plásticos, o lixo também transporta espécies exóticas pelo oceano, fazendo com que invadam outros habitats e desequilibrem o ecossistema. "Vamos começar uma ação de fotografar e mandar para as empresas fotos das embalagens descartadas dos produtos no Atol das Rocas", diz a pesquisadora.
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