Data de publicação: 14-06-2017 14:47:00

Moradores de edifício em Londres alertaram sobre catástrofe inevitável

Lava Jato Dias
Foto: Reprodução BBC Brasil
 
Agência Brasil
 
Uma associação de moradores já tinha alertado sobre as más condições de segurança do bloco de apartamentos Grenfell Tower, no bairro North Kensington, no Oeste de Londres, que pegou fogo nesta quarta-feira (14) por volta da 0h15 horário local (21h15 de terça-feira, em Brasília).
 
Uma publicação no blog do Grupo de Ação de Grenfell, responsável pela proteção oficial dos edifícios e os serviços públicos do bairro de Kensington e Chelsea, afirma que todas as advertências feitas "caíram em ouvidos surdos".
 
"Os leitores regulares do blog sabem que nos últimos anos postamos várias advertências sobre os péssimos padrões de segurança contra incêndios na Torre Grenfell e, de um modo geral, em todo o bairro", diz a mensagem da organização.
 
"Dissemos que uma catástrofe como esta era inevitável e só questão de tempo", acrescenta.
 
A organização cita diversos textos nos quais já advertia sobre os riscos de incêndio tanto para a Câmara Municipal, que é a proprietária do edifício, como para os administradores da propriedade, a Organização de Gestão de Residentes de Kensington e Chelsea.
 
Vários moradores que escaparam com vida do fogo denunciaram que os alarmes de incêndio no interior do edifício não soaram.
 
O Grupo de Ação de Grenfell foi fundado em 2010 para proteger o bairro contra a especulação imobiliária. Em seu blog afirma que durante anos denunciou "o péssimo tratamento recebido pela nossa comunidade" por parte da prefeitura. O edifício atingido está situado em North Kensington.
 
Desespero
 
Testemunhas que estavam no local contam que, em uma tentativa desesperada de salvar seus filhos, vários adultos lançaram crianças pelas janelas da Grenfell Tower. Um bebê foi salvo após ter sido lançado por uma mulher do nono ou décimo andar, contou a moradora Samira Lamrani, à agência de notícias Press Association.
 
Lamrani, que estava fora do edifício contou como era possível ver "pessoas nas janelas batendo freneticamente e gritando". "Em uma das janelas, no nono ou décimo andar, havia uma mulher fazendo sinais, explicando que ia jogar seu bebê e pedia que alguém o segurasse", contou.
 
Segundo o relato, um homem escutou a súplica da mulher e conseguiu pegar a criança, que aparentemente sobreviveu.
 
A mesma testemunha conta que as pessoas que estavam nas imediações tentavam "tranquilizar" os moradores que gritavam pelas janelas. "Dava pra ver a morte em seus olhares", disse Samira, que acrescentou: "os gritos, especialmente das crianças ficarão gravados durante muito tempo".
 
Outra testemunha da tragédia, uma residente do edifício chamada Zara, detalhou que viu outra mulher lançar seu filho, de cerca de cinco anos, de uma janela do quinto ou sexto andar: "acredito que o menino tenha alguns ossos quebrados, mas que está bem".
 
Um dos residentes do edifício, Paul Munakr, que mora no sétimo andar e conseguiu escapar das chamas, declarou à BBC que, no momento em que o fogo começou não ouviu o alarme do edifício. Ele conta que foi alertado pelo som das sirenes dos bombeiros e pelas pessoas que gritavam das ruas: "não pulem, não pulem".
 
Outra testemunha, Jody Martin, viu um morador pular da janela e outra moradora, com um bebê no colo, do lado de fora de uma janela. "Eu gritava para que descessem e eles diziam que não conseguiam sair de seus apartamentos porque a fumaça era muito intensa nos corredores", acrescentou.
 
Vítimas
 
Em declaração aos meios de comunicação, a Polícia Metropolitana de Londres (MET) disse que ainda estão em "uma fase muito inicial" e a expectativa é de que o número de mortes aumente.
 
"Podemos confirmar seis mortes neste momento, mas é provável que este número aumente durante a complexa operação de resgate, que vai durar vários dias", disse o comandante Stuart Cundy, da MET.
 
Cundy acrescentou que além dos mortos, muitas vítimas recebem atendimento médico depois que as chamas consumiram a torre Grenfell, um bloco de 120 apartamentos, onde moram cerca de 500 pessoas, entre elas muitas crianças.
 
O serviço de ambulâncias de Londres informou que pelo menos 50 pessoas tiveram que ser hospitalizada em vários centros médicos da capital por ferimentos de diversa gravidade.
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