Data de publicação: 04-09-2017 17:43:00

Mais de 20% das mulheres foram ameaçadas por um homem neste ano

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Assédios em transporte coletivo são comuns, no Brasil
 
Foto: Reprodução Internet
 
Agência Brasil
 
Pesquisa do Instituto Locomotiva divulgada nesta segunda-feira (4) aponta que 94% das pessoas avaliam que uma mulher ser “encoxada” ou ter o corpo tocado sem autorização é uma forma de violência sexual. A pesquisa ouviu, do dia 15 ao dia 20 de agosto, 2.030 mulheres e homens em 35 cidades brasileiras.
 
De acordo com a pesquisa, somente neste ano 13,7 milhões de mulheres afirmaram que já foram “encoxadas” ou tiveram o corpo tocado sem autorização, o que representa 17% do total de mulheres adultas do país. Este número é ainda maior (20% do total) entre as mais jovens, na faixa etária de 18 a 34 anos.
 
Conforme a pesquisa, 35% dos brasileiros adultos, ou o correspondente a 84 milhões de pessoas, conhecem uma mulher que foi beijada à força no último ano, o que também constitui violência sexual. A pesquisa mostra que 23% das mulheres (17,8 milhões) foram ameaçadas por algum homem neste ano.
 
O presidente do instituto, Renato Meirelles, lamenta que essa realidade esteja presente na vida de muitas brasileiras. “Um juiz pode achar que não é violência sexual, mas 94% acham que é. E não estamos falando nem em ejacular”, disse.
 
Na última terça-feira (29), Diego Ferreira de Novais foi preso após ter ejaculado em uma passageira em ônibus na cidade de São Paulo. No entanto, na ocasião, o juiz José Eugênio Amaral Souza o liberou aplicando uma pena de multa, por considerar o fato uma contravenção penal, e considerou que não houve constrangimento para a vítima, o que repercutiu no país.
 
Para Meirelles, nesse caso e também de um homem que ejaculou em uma mulher em um coletivo no Rio de Janeiro, na última semana, a violência praticada foi interpretada de forma errônea pelo juiz ou a lei não está em sintonia com a vontade da sociedade.
 
“É importante entender que isso sempre existiu no Brasil. A questão é que agora as mulheres estão mais cientes dos seus direitos, por um lado, e por outro, tem as redes sociais que funcionam como denúncia e isso acaba criando uma pressão popular para que as autoridades sejam mais rigorosas no cumprimento da lei”, comentou Renato Meirelles.
 
A pesquisa pretende provocar o debate na população sobre o tema para mostrar que atos recentes não são exceção, mas são a regra do dia a dia brasileiro. “As mulheres são mais vítimas de abusos e de machismo do que se pode imaginar”, apontou e completou que não se trata de um ato isolado. “É um ato contínuo”.
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