Data de publicação: 07-09-2017 10:00:00

Autoridade e livre-arbítrio

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Reprodução Internet
 
Sebastião Alvino Colomarte*
 
Nestes tempos que se dizem modernos, os filhos têm sido deixados, com raras exceções, em segundo plano. Ora é porque pai e mãe trabalham, ora é porque houve um rompimento dos laços familiares.
 
Neste contexto, muitos pais pensam que transferem a criação e educação dos filhos para as escolas. Por isto é que proliferam hoje as creches e escolinhas. Eu digo pensam, porque a escola tem o seu papel e pode ajudar, mas a primeira responsabilidade pela educação e formação dos filhos é dos pais e da família.
 
Especialistas no assunto têm alertado sobre a importância da família como elemento agregador e referência primeira para o jovem. Só que muitos pais não conseguem administrar a autoridade e o livre-arbítrio.
 
Tenho experimentado uma grande experiência no Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG), que há mais de três décadas atende o jovem para uma oportunidade de estágio em empresas e órgãos, públicos e privados, ou de aprendizagem. Esta vivência tem nos revelado como é importante o grupo familiar, cujos pais praticam a autoridade, mas sem sufocar o livre-arbítrio.
 
Está comprovado que quando existe respeito fica mais fácil estabelecer limites. São meninos e meninas na faixa de 10 a 12 anos que enfrentam os pais e se julgam capazes de ir para balada, shoppings ou festas apenas na companhia de amigos e às vezes até sozinhos. Por isso os pais precisam estar atentos para exercer a autoridade neste momento, incutindo na cabeça dos jovens que há limites que não devem ser ultrapassados.
 
A autoridade se constrói, principalmente, por meio dos vínculos e das referências que podem se transformar em admiração e respeito. Nesse sentido, a vontade do adolescente também tem que ser levada em conta para que haja uma relação de respeito mútuo.
 
Por meio de uma autoridade responsável o adolescente poderá formar o livre arbítrio. Sabemos que o cenário externo exercerá grande influência sobre esse jovem, já que para acompanhar a “tribo” em que está inserido, muitas vezes ele será induzido a tomar decisões nem sempre acertadas. Por isso, a família é o esteio para que ele forme uma opinião baseada em conceitos éticos e saudáveis. Imposições arbitrárias dos pais fatalmente serão rejeitadas pelo jovem.
 
Chamo a atenção para um dado importante: as famílias nunca podem abandonar os filhos. Esses necessitam de referências, mesmo que as desprezem, mas ficará sempre na mente do jovem o que chamamos de zumbido: os bons exemplos e referências da família. Relembro aqui o que nos ensina São João Maria Vianney – o Santo Cura D’ars: “aquilo que se faz fica muito mais gravado na mente dos filhos do que aquilo que se fala”.
 
Os pais não podem abdicar dos filhos e devem amá-los incondicionalmente e estar sempre presentes nessa fase difícil do jovem, principalmente do adolescente. Exercer autoridade e estabelecer limites são formas de amar e de se fazer amar.
 
*Professor e superintendente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) e diretor da Associação Comercial e Empresarial de Minas.
 
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