Data de publicação: 12-11-2017 23:20:00

População de Congonhas tem medo de barragem de rejeitos

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Foto: Google

Após pouco mais de dois anos do crime ambiental de responsabilidade da Samarco ocorrido em Mariana, a população da cidade histórica de Congonhas vive insegura diante da possibilidade do rompimento da barragem Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Após o capitão Ronaldo Rosa de Lima, comandante do Batalhão de Conselheiro Lafaiete, manifestar preocupação com a estabilidade da estrutura, o comando-geral do Corpo de Bombeiros anunciou a transferência do capitão. O jornal Estado de Minas (EM) teve acesso ao ofício da troca de comando do batalhão, que responde também pelo município de Congonhas.

A população está preocupada com a demora na implantação das medidas de segurança que poderiam proteger os moradores dos bairros próximos à barragem Casa de Pedra.

O capitão relatou ao EM a preocupação com a segurança dos moradores que vivem abaixo da barragem de rejeitos da CSN, considerada por ele “propensa a rompimento”.

A estrutura da barragem tem 80 metros de altura, armazena 9,2 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e fica a apenas 250 metros das primeiras moradias vizinhas. Desde 2016, a mineradora luta para estabilizar, por meio de obras emergenciais e infiltrações na base do Dique de Sela.

Enquanto as autoridades não tomam providências, moradores das áreas de risco relatam que muitos não conseguiriam fugir para as partes mais altas por falta ou dificuldade de acesso. Existem muitas crianças, pessoas idosas e acamadas na região.

A população aguarda a criação de medidas de emergência como pontos de encontro, rotas de fuga e a instalação de sinais sonoros capazes de avisar aos moradores em caso rompimento da barragem.

Quantidade de barragens e de rompimentos

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil tem 663 barragens de contenção de rejeitos de mineração e 295 barragens de resíduos industriais. Em 2008, houve 77 rompimentos de barragens no país, embora não tenham ganhado repercussão.

Segundo o engenheiro português Ricardo Oliveira, um dos maiores especialistas do mundo no assunto, para elevar a barragem é necessário um estudo global que envolva também as fundações da construção.

“Em 30% dos acidentes com barragens, o problema é a ruptura das fundações. É preciso refazer a análise de estabilidade do pacote barragem-fundação. Somente há pouco tempo a legislação federal obriga a estudos sismológicos na construção de barragens. Antigamente, havia o conceito de que o Brasil era um país livre de tremores de terra. Diziam que o Brasil não era um país sísmico, o que hoje já não é aceito”, afirma o professor.

Desde 1954, 19 rompimentos de barragens aconteceram, seis deles em Minas Gerais, de 1985 até hoje. Todas envolvendo justamente barragens de rejeitos de mineração, como aconteceu em Mariana. “Pode ser, eventualmente, o fato de ter havido menos cuidado na manutenção”, diz o engenheiro português.
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