Data de publicação: 22-01-2018 18:56:00

Mau tempo e desorientação espacial provocaram acidente que matou Teori

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Destroços da aeronave que caiu no mar de Paraty e matou o ministro do STF Teori Zavascki e outras quatro pessoas, há um ano
 
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
 
Agência Brasil
 
Mau tempo, pressão para operar em condições adversas, baixa visibilidade e desorientação espacial do piloto foram os fatores determinantes do acidente que causou a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, em 19 de janeiro do ano passado. As informações constam do resultado das investigações divulgadas nesta segunda-feira (22) pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
 
De acordo com as investigações, não foi registrado nenhum tipo de pane ou mau funcionamento do avião. O Cenipa apontou que, no momento do acidente, as condições para operações de pouso e decolagem no aeroporto de Paraty estavam abaixo dos mínimos meteorológicos estabelecidos.
 
Segundo o responsável pela investigação, coronel Marcelo Moreno, apesar de experiente, o piloto do avião, Osmar Rodrigues, "muito provavelmente teve uma desorientação espacial que acarretou a perda de controle da aeronave".
 
Moreno citou o processo decisório do piloto como contribuinte para os eventos que culminaram no acidente. O aeroporto de Paraty não opera por instrumentos. Para as operações de pouso e decolagem é preciso haver visibilidade horizontal de 5 mil metros e de teto de voo de 450 metros.
 
“Entre as decisões tomadas e que não estão em conformidade com o que determina as regras, estavam a tentativa de pousar. O adequado seria o piloto, ao tomar conhecimento de que os mínimos meteorológicos estavam abaixo dos estabelecidos, ter arremetido e pousado em outro aeroporto em segurança”, disse Moreno.
 
Experiência
 
Rodrigues, que pilotava o avião, era um piloto considerado experiente e respeitado por outros pilotos que operavam no aeroporto de Paraty. Ele era piloto há 30 anos, tinha quase 7,5 mil horas de voo, quase 3 mil delas no modelo que caiu na Baía de Paraty.
 
Nos 12 meses anteriores ao acidente, Rodrigues realizou 33 voos para Paraty. De acordo com o Cenipa, todas as habilitações estavam válidas e não se evidenciaram informações do ponto de vista médico que pudessem indicar comprometimento do desempenho do piloto.
 
No dia do acidente, Rodrigues decolou do Campo de Marte, em São Paulo, as 13h01min. “Às 13h36min, a aeronave encontrava-se em descida e realizava trajetória condizente com desvios de uma área de chuva localizada na Baía de Paraty”, disse Marcelo Moreno.
 
No momento do acidente, a visibilidade horizontal estava em 1,5 mil metros, bem abaixo do mínimo exigido. “As condições meteorológicas tornavam impraticável o pouso e decolagem no aeroporto de Paraty naquele momento”, disse.
 
Segundo o Cenipa, "a desorientação é definida como ocorrência em que o piloto entra em processo de confusão na interpretação dos parâmetros de voo, entrando ou não em atitude anormal. A desorientação pode ser causada por fatores como terreno homogêneo, com carência de referências visuais, e excesso de atuação da força gravitacional (força G) sobre o piloto".
 
“Estas ilusões desorientaram o piloto, fazendo com que ele pensasse que estava mais alto do que na verdade estava. Com isso, ao tentar arremeter, houve perda de controle e a aeronave impactou contra a água, com grande ângulo de inclinação das asas”, acrescentou o coronel Marcelo Moreno.
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