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Rui Silva*

Veem-se mendigos aos milhões, moradores de rua, dependentes químicos, pessoas excluídas de tudo, dos bens da vida, da cidadania e da dignidade, situações deprimentes, desumanas, mas não se enxerga nada, não se faz nada. É como se a Constituição não fosse da República, mas, sim, de castas privilegiadas. Não falo de particulares, de entidades sem fins lucrativos – religiosas ou não –, que prestam relevantes serviços sociais, falo dos poderes públicos, míopes, omissos, criminosos.
 
Não se enxerga que isso não acontece por acaso, tem suas causas ligadas ao descaso e à inexistência de políticas públicas voltadas para a prevenção às drogas e para a inclusão social.
 
É caso para se olhar com atenção e enxergar que isso tem jeito, e fácil de resolver. E mesmo que fosse difícil, teria de ser resolvido. Mendigo, morador de rua, dependente químico e outros semelhantes são gente, como a gente mesmo, e gente tem de ser tratada como gente, com dignidade e respeito, não com indiferença.
 
Que os bens da vida logo sejam oportunizados a todos, sem preconceito, sem discriminação, sem indiferenças, para que a República Federativa seja mesmo de todos os brasileiros, de direito e de fato.
 
Dois mil e dezoito: um ano para fazermos a diferença, para enxergarmos com clareza o antes e o depois, para ficar na história, para mudarmos o Brasil para muito melhor, com a graça de Deus.
 
*Advogado criminalista; delegado federal aposentado; especialista em Direito Penal e Processo Penal; especialista em Ciência Policial e Investigação Criminal; MBA em Gestão de Segurança Pública; mestre em Direito, Estado e Cidadania; pesquisador e crítico de Segurança Pública.
 
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