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Antigos moradores das ocupações William Rosa e Marião voltaram a cobrar, nesta quarta-feira (18), o acordo firmado entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Contagem e representantes das famílias removidas. O pagamento dos aluguéis sociais deveria sair até o dia 15. 

Dezenas de afetados pelos atrasos protestaram e relataram as dificuldades sofridas por meio das redes sociais e de mensagens enviadas ao Diário de Contagem. As famílias afirmam que há meses vivem preocupadas com os sucessivos atrasos no repasse do subsídio. 

“O governo estadual e a Prefeitura de Contagem não estão cumprindo as datas que estão firmadas no acordo, estão pagando os subsídios temporários sempre com atrasos. O problema é sério e só aumenta. Os proprietários das moradias não estão dispostos a esperar os repasses e ameaçam despejar as famílias”, relata uma mãe com quatro filhos, que prefere não ser identificada.

Ainda de acordo com os atingidos, algumas famílias foram obrigadas a mudar de casa várias vezes, porque os proprietários não toleraram os atrasos. 

Posicionamentos

Segundo o presidente da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab Minas), Alessandro Marques, o atraso deste mês foi causado pela Caixa Econômica Federal (CEF).

“De acordo com o diretor financeiro da Cohab, os pagamentos foram processados na segunda-feira (16). Das 431 famílias, 291 foram rejeitadas pelo sistema da Caixa, não sabemos porquê. Não foi nenhuma restrição às famílias. Foi algum erro no sistema da Cohab que gerou a rejeição. Mas já solicitei a correção e a Caixa vai rever imediatamente”, explicou Marques.

A reportagem entrou do Diário de Contagem em contato com a CEF, na agência Santo Agostinho, em Belo Horizonte, responsável pelos pagamentos do aluguel social das famílias beneficiadas pelo repasse. Mas a gerência disse que não tem autorização para passar informações à imprensa. “Só passamos informações para a Cohab, somente para a Cohab”, enfatizou.

Protesto

Impacientes com a situação, algumas famílias se dirigiram para a agência da Caixa no Eldorado, em Contagem. Homens, mulheres e crianças das ocupações William Rosa e Marião entraram no local decididos a cobrar os aluguéis não pagos.

“Estamos na luta pelo direito à bolsa-aluguel que, mais uma vez, está atrasada. Já que o Governo do Estado e a Prefeitura de Contagem disseram que os pagamentos não foram feitos por culpa da Caixa, estamos aqui para cobrar os repasses e o início da construção das moradias populares que foram acordadas”, reclamou o carregador autônomo Júnio dos Santos.

O grupo permaneceu na agência até receber a confirmação que os valores dos aluguéis começaram a cair nas contas dos beneficiários. A Prefeitura de Contagem não se manifestou sobre o caso.



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