Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo
Agência Brasil
O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) se entregou às 14h50 desta quarta-feira (23) à Polícia Civil do Estado. Segundo a assessoria do Gabinete da corporação, o tucano se apresentou espontaneamente à 1ª Delegacia Sul de Belo Horizonte, que fica no bairro Santo Antônio. Ele estava acompanhado de advogados.
Na última terça-feira (22), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou o último recurso apresentado pela defesa do ex-governador e ex-senador por Minas Gerais e determinou a prisão imediata. Ele foi condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro pela primeira vez em dezembro de 2015, quando foi sentenciado a 20 anos e 10 meses de prisão por participação no chamado “mensalão tucano”.
Antes de se apresentar, Azeredo chegou a ser considerado foragido da Justiça pela Polícia Civil, que, desde terça-feira, tentava cumprir o mandado de prisão expedido pelo TJMG.
Em 2014, o então deputado Eduardo Azeredo renunciou ao mandato tão logo a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal a condenação a 22 anos de cadeia. Azeredo desprezou o foro privilegiado no STF e fugiu dos holofotes, apostando na lentidão da Justiça comum de Minas Gerais. Na época, não havia permissão para prisão após o julgamento em segunda instância – fato que determinou na segunda-feira a expedição de mandado de prisão.
Mesmo assim, ele conseguiu, com a manobra da renúncia, arrastar o processo, referente a 1998 e iniciado em 2005, por mais quatro anos. Ex-governador de Minas, ex-prefeito de Belo Horizonte, ex-senador e ex-deputado, Azeredo é o primeiro tucano de alta plumagem a ter de acertar em presídio as contas com a Justiça.
Criador e criatura
Azeredo é personagem principal do que ficou conhecido como “mensalão tucano” – uma variante do “mensalão do PT”, escândalo que veio a público em 2005 e levou para a cadeia boa parte da cúpula petista em 2012, quando foi concluído o julgamento no STF. Apesar de divulgado após o mensalão do PT, o esquema tucano antecedeu e foi o “pai” do mensalão petista.
Descobriu-se que o publicitário Marcos Valério – condenado e preso por viabilizar o pagamento de propinas a petistas e aliados – havia sido também peça-chave de esquema semelhante para a campanha do então governador de Minas à reeleição em 1998. A Justiça condenou agora Eduardo Azeredo pela acusação de desvio, com a ajuda da agência de Marcos Valério, de R$ 3,5 milhões (R$ 9,3 milhões, em valores atuais) de empresas estaduais.
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