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Sebastião Alvino Colomarte*
 
As mudanças em curso na educação de nível médio no Brasil exigirão mais tempo e dedicação dos estudantes, já que a carga horária será aumentada. Entre as vantagens dessa medida, destaca-se o fato de que os jovens terão mais tempo dedicado ao ambiente escolar.
 
A legislação tem como objetivo oferecer um ensino de qualidade. Entretanto, preocupo-me com a prática dessa proposta, pois sabemos que é muito comum no Brasil os governos prometerem muito e entregarem pouco. Quantas vezes tivemos notícias de implantação de uma determinada escola modelo que, mesmo com resultados satisfatórios, não foi replicada para o restante do país?
 
A educação pública oferecida hoje necessita de ajustes para melhorar a qualidade, tanto na metodologia de ensino quanto na estrutura pedagógica. As mudanças previstas para o Ensino Médio trazem em seu bojo um melhor desenvolvimento e uma melhor eficácia nesse nível de ensino. A proposta é preparar o jovem para o ingresso na universidade ou para o ensino técnico-profissionalizante.
 
Outro detalhe que precisa ser lembrado é que os estudantes do Ensino Médio, compostos em sua maioria por jovens de 14 a 18 anos, se encontram na fase crucial de formação. Trata-se de um período no qual eles são bombardeados de informações e nesse turbilhão ainda têm que decidir o futuro profissional.
 
Além disso, cerca de 50% dos estudantes brasileiros encerram os estudos nesse nível de ensino. Por isso, é mais do que necessário, durante esse processo de reformulação do Ensino Médio, torná-lo mais atrativo, evitando, assim, a evasão escolar.
 
Como professor e especialista em educação técnica, quero chamar a atenção dos integrantes do Conselho Nacional de Educação e dos respectivos conselhos estaduais para que na matriz curricular sejam reservadas pelo menos 300 horas para a prática profissional por meio do estágio.
 
A maioria dos estudantes do Ensino Médio não pode se dar ao luxo de dedicação exclusiva aos estudos. Nesse sentido, o estágio é um bom atrativo para que esse jovem possa complementar os estudos com uma qualificação profissional de qualidade, adquirida na prática do dia a dia no mercado de trabalho.
 
E por falar em qualificação profissional, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais vem observando, há algum tempo, empresas que oferecem cursos profissionalizantes com a falsa promessa de um estágio garantido após o curso. Em alguns casos, esses jovens nos procuram pensando que a vaga está assegurada e temos que sensibilizá-los sobre o correto trâmite de nosso programa. O certo é que, inevitavelmente, os estudantes passam por processos seletivos nas empresas e órgãos interessados em contratar estagiários.
 
*Professor, superintendente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais e diretor da Associação Comercial e Empresarial de Minas
 
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