O Partido dos Trabalhadores oficializou na noite dessa sexta-feira (8), na cidade Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, a pré-candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. A cúpula do PT está confiante que Lula será solto e participará do pleito de outubro de 2018.
As lideranças petistas descartam o plano B que seria um candidato substituto e enfatizam que Lula será o candidato majoritário da sigla de qualquer forma. Mas se Lula for libertado, poderá ser impedido de candidatar por causa da Lei Ficha Limpa, Lei sancionada em 2010, pelo próprio ex-presidente.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT), presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, agradeceu a presença de todos e voltou a falar em golpe de Estado, ao se referir no impeachment da ex-presidente Dilma.
“Falam que o mercado financeiro e a mídia estão nervosos. Para acalmar o mercado e dar um novo rumo ao país a melhor opção é Lula no comando novamente. Por isso eu garanto que a candidatura de Lula será registrada no dia 15 de agosto”, afirmou Hoffmann.
Lula cumpre pena de 12 anos e um mês em Curitiba, condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo do triplex.
De acordo com a direção petista, Minas Gerais foi escolhida para ser palco do ato oficial, porque é considerada um Estado importante para as decisões eleitorais e também porque terá a ex-presidente Dilma Rousseff como candidata a uma vaga ao Senado Federal representando Minas.
A meta do partido é eleger Dilma para o Senado, reeleger Fernando Pimentel o governo de Minas e Lula presidente novamente em 2019. Por isso, as falas mais aguardadas foram exatamente da ex-presidente Dilma e do governador Pimentel. Mas o governador que tem evitado falar com a imprensa e preferiu improvisar convidando o público para ditar uma carta para o ex-presidente Lula.
Dessa forma Pimentel evitou o discurso e continua evitando ser questionado sobre as greves em andamento, a crise financeira que dificulta o pagamento de salários dos servidores públicos e sobre outros problemas de governo e pessoais que incluem processos de impeachment que tramitam na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Dilma Rousseff também se limitou a ler uma carta, que segundo ela, foi escrita e enviada pelo ex-presidente Lula. O tom emotivo persistiu durante todo o evento que foi predominado pelo vermelho, animado e apresentado pelo Rapper Flávio Renegado e pela cantora Aline Calixto.
Além das principais lideranças do PT, cerca de 2.000 pessoas ligadas a movimentos sociais, artistas, intelectuais, religiosos e filiados à legenda participaram do evento que durou mais de cinco horas.