Data de publicação: 02-07-2018 18:35:00

Remédio em fase experimental detém progressão do Parkinson em ratos

Jornal Diário de Contagem On-Line
Foto: Reprodução internet
 
Agência brasil
 
Um remédio desenvolvido de forma experimental por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos) conseguiu desacelerar a progressão e os sintomas do Mal de Parkinson, segundo informou o centro universitário.
 
Os cientistas, que em experiências com cultivos celulares do cérebro humano e um modelo pré-clínico da doença de Parkinson em ratos descobriram que o chamado NLY01 detém "a degeneração neuronal", pretendem usar o medicamento em testes clínicos ainda neste ano.
 
"O medicamento protege de uma forma realmente assombrosa as células-alvo do sistema nervoso", explicou Ted Dawson, diretor do Instituto de Engenharia Celular e professor de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins.
 
Se os testes clínicos forem bem-sucedidos, o NLY01 seria um dos primeiros tratamentos farmacológicos cuja ação não só estaria encaminhada a melhorar a rigidez muscular, os tremores e a demência, entre outros sintomas do Parkinson, mas também a deter a progressão da doença, destacou Dawson.
 
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica digital Nature Medique.
 
Contra o diabetes
 
Em comunicado, a Universidade Johns Hopkins informou que o NLY01 atua de forma similar aos compostos usados para aumentar os níveis de glicemia das pessoas que sofrem de diabetes.
 
Embora os resultados de pesquisas anteriores em animais tenham permitido conjecturar o potencial neuroprotetor deste tipo de medicamento contra o diabetes, não foi possível demonstrar concretamente como funcionava este mecanismo no cérebro.
 
Com o objetivo de descobri-lo, Dawson e a equipe testaram o fármaco NLY01 em três tipos de células cerebrais de grande relevância: os astrócitos, a micróglia e os neurônios.
 
Células destruidoras
 
Os astrócitos, células que permitem a comunicação sináptica, quando se transformam em "reativos" devido a um sinal químico enviado pela micróglia, se "rebelam" e começam a "devorar os pontos de contato das células do cérebro, o que, por sua vez, causa a morte neuronal".
 
Em uma experiência preliminar com células do cérebro humano reproduzidas in vitro, a equipe de Dawson usou o NLY01 na micróglia humana e descobriu que o sinal de ativação não se produzia e que os astrócitos não se transformavam em células destruidoras e conseguiam conservar sua função neuroprotetora.
 
Depois testaram a eficácia do fármaco em ratos que, por modificação genética, sofriam de uma versão do Parkinson.
 
Primeiro experimento
 
Em um primeiro experimento, a equipe de Dawson injetou a proteína alfa-sinucleína, que, acredita-se, é a principal causa do Parkinson, em dez ratos que posteriormente receberam o NLY01.
 
Além disso, os pesquisadores injetaram a alfa-sinucleína em outro grupo de ratos similares, que depois não receberam o fármaco.
 
Este segundo grupo de ratos apresentou uma deterioração motora significativa em testes de comportamento, enquanto os ratos tratados com o NLY01 conservaram tanto as funções físicas normais como os neurônios dopaminérgicos, uma clara indicação do efeito protetor do medicamento em relação ao desenvolvimento da doença de Parkinson.
 
Segundo experimento
 
Em um segundo experimento, os cientistas estudaram um grupo de ratos que, por modificação genética, produzia, de forma natural, uma proteína alfa-sinucleína mais análoga à humana.
 
Em condições normais, os ratos transgênicos deveriam morrer em 387 dias, mas a equipe de Dawson observou que o tratamento com o NLY01 prolongou a sobrevivência dos 20 ratos tratados com o fármaco em mais de 120 dias.
 
Após realizar uma análise mais exaustiva, os pesquisadores perceberam que o cérebro dos ratos tratados com o fármaco NLY01 apresentava poucos indícios das caraterísticas neurodegenerativas do Parkinson.
 
O Mal de Parkinson é um transtorno neurodegenerativo que afeta o sistema nervoso de maneira crônica e progressiva. Segundo a Fundação contra o Parkinson, esta doença afeta aproximadamente 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos.
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