Data de publicação: 03-12-2018 17:04:00 - Última alteração: 03-12-2018 17:08:35

Este não é um textão

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Robson Rodrigues

Artigo - Já é sabido que o uso das redes sociais faz parte da rotina dos milhares de jovens que possuem acesso à internet. 

Atualmente o novo fenômeno dos “textões”, que na verdade são pequenos textos pessoais publicados com o intuito de expressar opiniões, vem ganhando força entre este público jovem que se encontra em fase de crescimento e formação ideológica, e os impactos desta nova onda vão desde o acesso às informações rasas até uma escala nacional de alienação política. 

No período das eleições foi possível reparar na quantidade de “posts” pessoais e políticos, publicados por diversos usuários comuns ou influenciadores digitais, que renderam milhares de comentários e compartilhamentos. 

Por um lado, devemos considerar que qualquer cidadão é livre para expor suas opiniões, e que bom que a internet gera espaços para emiti-las, mas por outro, também devemos levar em consideração o grande impacto que estas atitudes geram principalmente entre o público jovem, que está na importante fase de desenvolver o pensamento crítico, e que por questões governamentais, cada vez mais, é pouco requisitado que os jovens o possuam.  

Ao fazer uma leitura mais atenuada de alguns destes “textões” encontramos o grande problema da divulgação de informações rasas e superficiais, que por possuírem temáticas políticas, ao contrário desta situação, deveriam ser filtradas e escritas com o máximo de cuidado e com referências históricas verdadeiras e profundas. Goethe já afirmara “uma palavra escrita é semelhante a uma pérola”. 

O problema é que, essas pérolas se tornam uma influência que gera o ciclo de compartilhamentos destes textos, e o que antes era uma opinião pessoal pouco relevante, contraditoriamente se torna uma das causas da grande alienação política que se percebe atualmente na sociedade. 

A busca de uma solução para este problema pode ser mais simples do que se imagina. Se o problema começa por um fator individual a solução também pode seguir o mesmo caminho. O bom senso e a dúvida devem chegar em primeiro lugar na mente do leitor, bastando seguir os passos de Aristóteles, onde “o ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete”.  

Diante disso, o que a sociedade precisa é a construção de um forte costume cultural, praticar o bom senso para que o conhecimento seja dissipado de uma maneira legítima e verdadeira, pois como Clarice Lispector já dizia: “a palavra é o nosso domínio sobre o mundo”. 

Sara Acsa da Silva Melo
Moradora de Contagem, estudante do 3º ano da FUNEC unidade CENTEC, aluna do professor de Sociologia, Frederico Lopes.
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