Data de publicação: 09-01-2019 18:19:00 - Última alteração: 09-01-2019 19:16:49

Servidores da Saúde de Contagem anunciam paralisação de 24 horas

Lava Jato Dias
Foto: Robson Rodrigues

A paralisação de advertência de 24 horas foi votada e aprovada durante assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (9), no estacionamento do Hospital Municipal de Contagem. O motivo do protesto é a chegada do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), Organização Social de Saúde (OSS) que fará a administração das unidades de saúde do município.

Os servidores efetivos reclamam que não participaram das decisões que definiram as mudanças nem da transição. Agora, ainda estão sendo obrigados a aceitar as condições impostas pelo novo gestor, segundo eles.

De acordo com a diretora jurídica do SindSaúde Contagem, Rafaelle Carvalho, a paralisação será para demonstrar a indignação dos trabalhadores e mostrar à população a real situação das unidades de saúde.

“O Instituto de Gestão e Humanização é uma organização que atua na Bahia, em Goiás e em outros estados. O IGH possui várias ações trabalhistas na Justiça e vem causando prejuízos nas cidades onde atua. Além disso, a prefeitura cedeu os servidores efetivos para a IGH sem esclarecer como será essa relação, causando desconforto nos trabalhadores. A contratação dessa organização vai colocar em risco a saúde da população e os direitos dos servidores”, disse Rafaelle.

A diretora afirmou, ainda, que as mudanças aconteceram sem qualquer diálogo ou participação dos servidores e que o secretário Municipal de Saúde, Cleber de Faria, não atendeu às solicitações de reuniões.

“O movimento de greve de advertência será na próxima terça-feira (15), na porta da Câmara Municipal, com a possibilidade de se deslocar até em frente à prefeitura. Contamos com a participação dos servidores e a compreensão da população”, finalizou a diretora jurídica do SindSaúde Contagem.

Servidores adoentados

De acordo com a técnica de enfermagem Eucilene Cesário de Assunção, os servidores da Saúde de Contagem são obrigados a trabalhar doentes porque no município não são realizados exames periódicos nos trabalhadores e as consultas nas Unidades de Pronto-Atendimento são limitadas.

“Trabalhamos sob pressão e ainda estamos sujeitos ao assédio moral dos gestores. Medicina do Trabalho não existe na rede pública de Contagem. Estamos adoecendo e sem condições de trabalho para atender bem os pacientes. Somos cobrados o tempo todo, mas não somos nós os responsáveis pelo caos que vivemos atualmente. A população não sabe o real valor dos servidores da Saúde”, desabafou a servidora.

Foi colocada na pauta da assembleia a confecção de um informativo para alertar a população para os riscos que correm ao serem internados no Hospital Municipal de Contagem.

“O risco é real. Quando reduz a equipe prioritária, a carga de serviço aumenta, podendo haver negligências e erros. Os riscos de morte aumentam. Além disso, faltam os materiais básicos para a assistência como luvas, gases e roupas de cama. Infelizmente, a população ainda não se deu conta do quanto a saúde de Contagem está negligenciada”, falou a enfermeira Edna Maria Barbosa.

Flagrante da falta de humanização

Durante a assembleia, uma idosa de mais de 70 anos, chorando e muito nervosa, reclamou que o esposo doente e cadeirante não teria sido atendido.

“Meu marido já esteve internado no Hospital Municipal, amputou uma perna e um braço, agora o outro pé ruim e nos negam atendimento. Um absurdo. Falaram para irmos primeiro à UPA 16 para sermos encaminhados. Ir lá para quê? Vão mandar para cá novamente. Por que não querem atender?”, reclamou Denise da Conceição Liberato.

Após as reclamações em berros registradas pelas câmeras, o acolhimento começou a funcionar e o casal de idosos foi levado para o interior da unidade de saúde.

A reportagem do Diário de Contagem fez contato com a Prefeitura de Contagem, com a Secretaria de Saúde e com o IGH, mas nenhum retorno foi dado até o fechamento desta matéria.
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