Data de publicação: 29-08-2019 09:00:00 - Última alteração: 29-08-2019 10:50:11

A corrupção é algo inerente à democracia

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
Bárbara Dias do Carmo*
 
Em um primeiro momento, muitos vão achar o título descabido e regado de negativismo. Bem, eu respeito, mas permita-me apresentar o meu ponto de vista. Esse título é óbvio e realista. O que é democracia? O poder na mão do povo, certo? Claro que não existe a possibilidade de todos governarem, por isso, são eleitos representantes. Mas, para existir um sistema político perfeito, para a democracia ser perfeita, os homens não poderiam errar. Impossível. O erro é inerente ao homem, assim como a corrupção é inerente à democracia.
 
Quando falo de erro, não é apenas o dos representantes, é o de todos. A revista “Exame” elaborou um ranking dos países mais democráticos. A título de curiosidade, o Brasil está na posição 44; o primeiro lugar é da Noruega.
 
O tráfico de drogas, as milícias e a violência são alguns dos motivos que podem deturpar ainda mais a nossa democracia. Não pensem que é apenas a corrupção. O traficante na favela em que mora é temido, impõe regras, dá ordens, aplica sanções, e ainda cobra por serviços, mas não houve uma votação para o eleger. Foi uma imposição. O mesmo ocorre com milícias. O Estado perde o poder de controle e, assim, a democracia para de ser exercida de modo efetivo em todo o país.
 
Já dizia Winston Churchill: a democracia é o pior sistema político do mundo, com exceção de todos os outros. Ou seja, não há sistema perfeito. Talvez, para elaboramos uma resposta sobre algumas sugestões do que fazer, ou, pelo menos, para frear e buscar soluções de redução para a corrupção, possamos iniciar fazendo uma comparação. O primeiro ponto a se analisar são os princípios e a educação ensinados nas escolas e em casa. As sanções por descumprimento não são brandas. A formação da personalidade e do caráter é moldada desde cedo na criança. Essa seria uma tentativa de formar cidadãos perfeitos? Não. Como eu já disse, errar é naturalmente humano e, convenhamos, também é uma ótima forma de aprender. Um cidadão ético e honesto pode cometer erros. Mas, se tivermos que dar o primeiro passo, deverá ser por meio das crianças e da educação.
 
De que adianta investir tanto na repressão? Temos a prevenção e a educação, que merecem muita atenção. É assim que o Japão atua há décadas e o resultado tem sido positivo. E na atualidade? Uma maior supervisão nos contratos públicos? Concordam? As “doações” para campanhas eleitorais merecem atenção triplicada, e os pequenos subornos também. Seria este um segundo passo?
 
O objetivo é evitar a propagação da normalização da corrupção. Mesmo que com tudo isso não seja possível solucionar o problema totalmente, a probabilidade de diminui-lo é grande. Além disso, temos os “pequenos” favorecimentos e os “pequenos” desvios que, somados, resultam em um montante alto.
 
O que quero dizer neste texto é que, mesmo que não seja possível atingir a perfeição, devemos buscar sempre melhorar e adaptar para evoluirmos. E caso um dos nossos representantes se corrompa e prejudique financeiramente o país, não veja essa notícia com apatia, a população precisa ser ouvida, e, para isso, é preciso falar, é preciso se manifestar.
 
A intenção deste texto é despertar em quem o lê uma nova visão ao conectar corrupção e democracia, provocar revolta ou, ao menos, reduzir o comodismo e, ao final, trazer uma pequena reflexão.
 
*Técnica em Administração, bacharel em Direito e pós-graduanda em Direito e Tecnologia.
 
(O conteúdo dos artigos publicados pelo Diário de Contagem é de responsabilidade dos respectivos autores e não expressa a opinião do jornal.)
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