Data de publicação: 30-08-2019 11:14:00 - Última alteração: 30-08-2019 11:46:15

Polícia Civil abre inquérito para apurar estelionatos em Brumadinho

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
 
Agência Brasil
 
A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou na última quinta-feira (29) que instaurou inquérito para investigar a ação de novos estelionatários que estão recorrendo a fraudes para receber benefícios assegurados às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
 
A tragédia, ocorrida em janeiro deste ano, deixou ao menos 248 mortos. Permanecem desaparecidas 22 pessoas e muitos sobreviventes que perderam casas ainda estão desabrigados.
 
A mineradora ofereceu uma doação de R$ 100 mil para as famílias de cada pessoa morta, R$ 50 mil para quem morava na área alagada e R$ 15 mil para quem desenvolvia atividade produtiva ou comercial nas regiões afetadas. Esses valores foram assegurados de forma unilateral e não correspondem às indenizações, que estão sendo negociadas judicialmente.
 
Também está sendo pago mensalmente um auxílio emergencial, que leva em conta os seguintes critérios: um salário mínimo por adulto, meio salário mínimo por adolescente e um quarto de salário mínimo por criança. Conforme acordo judicial, têm direito a este repasse os moradores de Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão, comunidades de Brumadinho que foram afetadas, e das localidades situadas até Pompéu, na região Central de Minas Gerais, que estiverem a menos de um quilômetro do leito do rio Paraopeba, por onde escoou a lama que vazou da barragem.
 
Fraude
 
Para liberar os benefícios oferecidos, um dos documentos que a Vale tem aceitado como comprovante de residência dos atingidos é uma declaração do posto de saúde. Nesta semana, dois homens e uma agente de saúde que trabalha em uma unidade de atenção básica em Maravilhas, também na região Central, foram autuados em flagrante por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos e particulares por tentarem fraudar o documento. Junto a eles, uma menor de idade foi apreendida. Os quatro se deslocavam para o escritório da Vale em Juatuba, na mesma região, um dos municípios afetados.
 
"A adolescente seria cadastrada como vítima do rompimento da barragem", afirmou em nota a Polícia Civil. De acordo com o texto, a agente de saúde informaria que a jovem mora na zona rural de Maravilhas, próximo ao rio Paraopeba, o que não é verdade.
 
Desde a tragédia, já foram abertas pela Polícia Civil mais de 70 investigações devido a inconsistências no registro de vítimas, locais de residência ou autenticidade de documentos. Mais de 30 pessoas já foram presas. Algumas obtiveram a liberdade após pagarem fiança.
 
Há casos de fraudes envolvendo inclusive políticos, como um vereador do município de Mário Campos, na região Central do Estado, que alegava ter um terreno em Brumadinho. Ele foi preso no início do mês após se constatar que a propriedade não lhe pertencia, mas já pagou fiança e foi libertado. Em março, Ana Maria Vieira Santiago, que disputou em 2014 sem sucesso uma vaga de deputada distrital em Brasília (DF), também ficou alguns dias detida ao tentar receber valores aos quais não tinha direito.
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