Data de publicação: 30-08-2019 21:05:00

Contagem das Abóboras, Contagem, origem do nome

Jornal Diário de Contagem On-Line

A cidade de Contagem, conhecida também como Contagem das Abóboras, não teve fundadores, mas muitos trabalhadores que surgiram em busca de oportunidades. Os vários desbravadores construíram e fizeram Contagem ser reconhecida como um dos mais importantes pólos industriais do país.

O município de Contagem se originou de um pequeno povoado que surgiu espontaneamente no século XVII. Em 1701, a Cora Portuguesa mandou instalar às margens do Ribeirão Abóboras, nas terras da sesmaria do capital João de Souza Maior, um posto fiscal para fazer a contagem do gado, mercadorias e riquezas, ouro e pedras preciosas.

Os bandeirantes, principalmente Fernão Dias, criaram uma rota que tornaria, durante algum tempo, o caminho obrigatório entre as capitanias de São Paulo e a Serra do Espinhaço, às margens do Rio São Francisco, onde foram descobertas as principais minas de ouro. Região onde nasceriam as primeiras cidades mineiras (Ouro Preto, Mariana, Caeté, Sabará, Diamantina e outras).

Diante da necessidade de melhorar o abastecimento de mercadorias, o transporte de gados e escravos e a comunicação com outras regiões da Colônia, surgiram outras duas rotas, uma proveniente do Rio de janeiro e outra dos Sertões da Bahia.

Origem do nome

As três principais rotas se cruzavam numa região conhecida como “Abobra” (nome que o português arcaico se designava às abóboras).

Segundo o livro “Contagem: origens”, o nome “Abóboras” dado à região, teria surgido quando os bandeirantes pontilharam o território com pequenas roças de arroz, feijão e outras culturas necessárias como suprimento nas expedições, durante as longas viagens.

Essas roças de abóboras eram cultivadas às margens dos rios da região chamada “Abóbora”, que fazia parte do grande Município de Sabará, Comarca do Rio das Velhas. Daí o nome Abóbora dado à região.

Em 1716, para que as comarcas cumprissem as obrigações com a Colônia, pagando os quintos do ouro à Coroa, foi instalado no mesmo local onde cruzavam as três rotas, o Registro das Abóboras, na Comarca do Rio das Velhas. A partir daí, o local passou a ser conhecido por “Contagem das Abóboras”.

Mas por volta de 1750, o “Posto do Registro das Abóboras” ou “Contagem das Abóboras” foi desativado após o surgimento de novas rotas. Com isso, o fluxo de pessoas e mercadorias foi reduzido, causando a queda da arrecadação e da importância da função do posto fiscal. A Casa do Registro se transformou na Casa da Cultura Nair Mendes Moreira, hoje, Museu Histórico de Contagem.

Com a desativação, o arraial seguiu sua trajetória evolutiva em torno da Capela São Gonçalo de Amarante, atualmente Igreja Matriz São Gonçalo, Santo protetor dos viajantes, padroeiro de Contagem.

Por volta de 1780, com a crise do ouro nas zonas mineradoras e com a necessidade de ocupar a mão de obra escrava, a atividade pastoril se consolidou em Contagem das Abóboras.

Nessa época surgiram as fazendas Madeira, Morro redondo, Serra Negra, Abóboras, Riacho das Pedras, Vista Alegre, Confisco e outras de mesma importância histórica. Na mesma época chegaram às famílias mais tradicionais da região, Diniz, Macedo, Gonçalves Lima, Silva, Costa e pouco depois Camargos e Mattos.

Já no século XIX, o nome Contagem das Abóboras resumiu-se em “Contagem”. Nessa época Contagem fazia parte, como distrito, do grande município de Sabará, Comarca do Rio das Velhas, como a grande maioria dos municípios da atual região metropolitana de Belo Horizonte.

De município a distrito

Em 1938, por divergências políticas, Contagem perdeu durante dez a autonomia política e passou a ser Distrito de Betim, readquirindo novamente a emancipação política somente em 1948.

Segundo historiadores, o então governador de Minas, Benedito Valadares, teria telegrafado ao prefeito de Contagem, coronel Augusto Teixeira de Camargos, avisando que passaria pela estação Bernard Monteiro, a caminho de Betim, então distrito de Contagem, isso antes de seguir rumo a Pará de Minas, terra natal de Valadares.

Como o prefeito de Contagem teria ignorado a ilustre visita do governador, Valadares, ao chegar a Betim, destituiu Contagem da condição de município e rebaixou a distrito de Betim, que foi elevada a condição de município no mesmo dia.

Industrialização

Em 1941, diante da necessidade de industrializar Minas Gerais, o governo propiciou a criação de um parque industrial na região onde existe o bairro “Cidade Industrial”, região próxima da capital Belo Horizonte, fornecedora de mão de obra, matéria-prima e energia elétrica fornecida pela empresa estatal recém-criada, Cemig.

A Companhia Industrial Estamparia é considerada a indústria pioneira da Cidade Industrial. Foi à primeira empresa a emitir uma nota fiscal em Contagem. Mas outras empresas de igual importância participaram do processo de industrialização do Município de Contagem, como a Cia de Cimentos Itaú, a Magnesita S/A, a Cia Fiação e Tecelagem São Geraldo, Ceres Ltda e Comércio de Máquinas e Cotonifício Minas Gerais, etc.

Expansão

Em 1948, o novo parque industrial planejado e implantado com o objetivo de desenvolver a economia do Estado, atraiu dezenas de indústrias para Contagem.

Mas mesmo com todas as dificuldades sociais ocasionadas pela industrialização, explosão demográfica e a incapacidade de atender às condições básicas da população, Contagem superou desafios, cresceu, prosperou economicamente e se tornou cidade importante dentro e fora do Estado.

Em 1972, com a ocupação de todo o Cidade Industrial, criou-se o Centro Industrial de Contagem (Cinco), dotado de toda a infraestrutura necessária para uma nova expansão. Novos polos industriais se formaram e permitiram o crescimento econômico, o Cinquinho, o Cincão, Distrito Industrial da Ressaca e outros.

Atualmente, Contagem ainda possui centenas de indústrias, mas vários centros comerciais e de prestação de serviços se formaram ao longo dos anos.
Hoje, a cidade de Contagem é considerada a terceira maior arrecadação do Estado, mas já ocupou a segunda posição por décadas.

Possui quase 700 mil habitantes, problemas nas áreas de saúde, transporte, educação e infraestrutura típicos das grandes cidades brasileiras. A retomada do crescimento econômico e social com geração de empregos se faz necessário para melhorar as condições de vida dos contagenses.

Texto: Robson Rodrigues Moreira
Bibliografia: Livro Contagem: origens, de Adalgisa Arantes Campos e Carla Junho Anastácia e resumo do professor Miguel Ponsá.
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