Data de publicação: 21-11-2019 14:18:00

Justiça Eleitoral condena Fernando Pimentel a dez anos de prisão

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: José Cruz/Agência Brasil
 
Agência Brasil
 
O ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) foi condenado pela Justiça Eleitoral a dez anos e seis meses de prisão por tráfico de influência e lavagem de dinheiro. O político poderá recorrer em liberdade.
 
A sentença, da juíza Luzia Divina de Paula Peixôto, da 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, foi publicada na edição desta quinta-feira (21) do Diário de Justiça do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
 
De acordo com a sentença, os crimes foram cometidos quando Pimentel era ministro do Desenvolvimento no governo Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014, portanto, antes de ele assumir o governo de Minas Gerais, Estado que governou entre 2015 e 2018. Ele tentou a reeleição no ano passado, mas foi derrotado.
 
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Pimentel usou o cargo na administração federal para negociar doações irregulares de campanha com o dono da empresa JHSF Incorporações.
 
Em troca de doações declaradas e não declaradas (caixa dois) para a campanha a governador em 2014, o político teria influenciado, junto à Secretaria de Aviação Civil, a concessão de um aeroporto na região metropolitana São Paulo para a empresa.
 
“Pelo contexto probatório, restou confirmada a influência que Fernando Pimentel exerceria para aprovação do projeto”, argumentou a juíza na sentença.
 
Intermediação
 
O responsável por intermediar as negociações teria sido o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, conhecido como Bené. Ele trabalhou na campanha de Pimentel ao governo de Minas e foi condenado a oito anos de prisão por tráfico de influência e lavagem.
 
Com base em depoimentos de Bené, que colaborou com as investigações, e em outros elementos de prova, o MPF disse que foram combinados R$ 5 milhões a título de propina a ser paga pelo empresário José Auriemo Neto por meio de doações oficiais para a campanha de Pimentel e ao diretório do PT.
 
Ainda de acordo com a denúncia, uma parte não declarada como doação teria sido repassada diretamente em duas remessas de R$ 250 mil em dinheiro vivo. Parte da quantia também teria sido usada para quitar dívidas de campanha junto ao instituto de pesquisa Vox Populli.
 
Marcos Coimbra e Marcos Hiram Novaes, ambos ligados ao Vox Populli, também foram condenados na sentença a dois anos, nove meses e 18 dias de prisão, cada um. A pena, porém, foi convertida em prestação de serviços comunitários e em pagamento de multa.
 
O caso teve como origem a operação Acrônimo, em que a Polícia Federal (PF) investigou o uso de caixa dois na campanha de 2014 ao governo de Minas Gerais. A ação penal, uma das quatro resultantes da operação, tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi remetida à Justiça Eleitoral mineira no início deste ano após Pimentel deixar o cargo de governador e perder o foro privilegiado.
 
Defesa
 
Procurado pela Agência Brasil, o advogado Eugênio Pacelli, que representa Fernando Pimentel, enviou nota em que afirma que “essa condenação ultrapassou qualquer limite do razoável”.
 
“Nunca vi nada tão despropositado e tão contrário à prova dos autos. Colaboradores mudando versões, fatos claramente inventados na polícia e em juízo, e desvendados em audiência. E acolhidos como verdade!”, diz o defensor. Apesar de reconhecer a “seriedade e independência” da juíza, ele disse que a “sentença, de fragilidade surpreendente, será inteiramente revista em recurso”.
 
A Agência Brasil tenta contato com a defesa dos demais condenados.
 
Em nota, a empresa JHSF disse “que não é parte neste processo e que não foi apresentada qualquer denúncia contra a companhia. Em 2017, o controlador da empresa celebrou um acordo de colaboração com as autoridades brasileiras, já homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, para esclarecimento dos fatos”.
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