Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Agência Brasil
Com o rápido avanço do número de casos diagnosticados de contaminação pelo novo coronavírus, alguns países da América Latina tomaram medidas extremas, como o fechamento de fronteiras para conter a disseminação da doença, a exemplo da Argentina, de Honduras e do Peru.
O presidente peruano, Martín Vizcarra, decretou no último domingo (15) quarentena obrigatória para a população e o fechamento das fronteiras do país durante 15 dias. A medida foi tomada após a confirmação de 28 novos casos em apenas um dia. O total de pessoas infectadas pelo vírus no país até o momento é de 71. O Peru tem 32 milhões de habitantes.
De acordo com o governo local, as Forças Armadas e a polícia ajudarão a manter a ordem pública, impedindo a aglomeração de pessoas. Apenas farmácias, bancos e mercados de alimentos e produtos essenciais estarão abertos.
O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, decidiu pelo fechamento das fronteiras e do comércio pelos próximos sete dias. As restrições de fronteiras aéreas, marítimas e terrestres não afetarão o transporte de cargas nem o fornecimento de produtos.
Também no domingo, o presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou diversas medidas. Entre elas, o fechamento das fronteiras, que terá duração de 15 dias, podendo ser prorrogado.
A proibição de entrada no território nacional é para estrangeiros não residentes. De acordo com um documento oficial, “essa decisão minimizará a possibilidade de entrada e a propagação do vírus em nossa região. Colaboraremos com as autoridades dos países vizinhos na troca de informações essenciais para alcançarmos o objetivo comum”.
Fernández afirmou que foram detectados casos em que pessoas que vinham de áreas de risco pousavam em países vizinhos e tentavam entrar na Argentina pela fronteira terrestre.
“Decidimos que durante os próximos 15 dias – prazo que pode ser prorrogado – fecharemos as fronteiras e ninguém poderá entrar, exceto, obviamente, argentinos nativos ou estrangeiros residentes na Argentina”, afirmou o presidente.
Além disso, as aulas serão suspensas por 14 dias, apesar de as escolas não fecharem. A orientação é para que sejam realizadas atividades educativas à distância. Outra medida anunciada é a licença laboral para os maiores de 60 anos, grávidas e menores de 60 anos em condição de risco. A Argentina registra, no momento, 56 casos de contaminação e duas mortes.
Fechamento parcial de fronteiras
O Paraguai fechou parcialmente as fronteiras a partir desta segunda-feira. O presidente Mario Abdo Benítez disse que pretende que a decisão seja ampliada para toda a região do Mercosul, que inclui também a Argentina, o Brasil e o Uruguai.
“Uma das propostas é o fechamento parcial da fronteira para as pessoas, não para as mercadorias”, disse Benítez, que também cancelou as aulas durante uma semana.
O Paraguai tem sete casos confirmados de coronavírus e 25 suspeitos.
Precaução
A Bolívia já havia tomado uma decisão semelhante quando proibiu a entrada de pessoas provenientes de países com muitos casos da doença, tornando mais rigorosos os controles nas fronteiras.
Na última quinta-feira (12), o governo boliviano declarou emergência nacional e suspendeu as aulas até o fim do mês, além de proibir a entrada de passageiros provenientes da China, da Coreia do Sul, da Itália e da Espanha.
Na Colômbia, o governo de Iván Duque decretou estado de emergência sanitária até o fim deste mês e fechou a fronteira com a Venezuela. Além disso, proibiu a entrada de voos provenientes da Europa e da Ásia.
Honduras e Guatemala já haviam decidido, na semana passada, pelo fechamento das fronteiras em comum.