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“Descobri que a sorte é perfeitamente previsível. Se você quer mais sorte, arrisque-se mais. Seja mais ativo. Exponha-se com mais frequência.”
Brian Tracy

 
Um experimento mental realizado em 1935 pelo físico austríaco Erwin Schrödinger, chamado de “o gato de Schrondiger”, tinha o objetivo de expor uma das consequências menos intuitivas da mecânica quântica: a superposição de estados. A situação era a seguinte: havia uma caixa fechada e opaca com um gato dentro, uma garrafa de gás venenoso e um dispositivo que tinha uma partícula radioativa com probabilidade de se desintegrar em pouco tempo, de maneira que, se isso acontecesse, o veneno seria liberado e o gato morreria.
 
Ao terminar o tempo estabelecido, haveria, portanto, 50% de chance de o gato estar vivo e 50% de chance de ele estar morto. Na descrição clássica do sistema, o animal estaria vivo ou morto antes de abrimos a caixa e comprovarmos o seu estado, mas, na mecânica quântica, o sistema se encontra em uma superposição dos estados possíveis até que o observador intervenha.
 
Desse modo, antes de abrirmos a caixa, podemos decidir se o gato está vivo ou morto. Isso é evidente, mas não se pode avançar com as especulações. Antes de a caixa ser aberta, as duas coisas acontecem.
 
Hoje, estamos perdendo o desejo de nos arriscarmos. Estamos tão “procedimentados” e padronizados que esquecemos a importância de se arriscar em situações que desconhecemos. Não estou querendo dizer que procedimentos e padronização não sejam importantes, é claro que são, pois mantêm a qualidade e a objetividade. Mas muitas pessoas ficaram tão absortas com esse meio que não sabem viver ou lidar com uma situação se não houver um procedimento a seguir.
 
Às vezes, precisamos usar a nossa intuição experiente quando não houver um know-how sobre o assunto. Temos que tomar decisões rápidas e assertivas. E eu estou falando isso não só para o trabalho, mas para a vida pessoal.
 
Com o medo do desconhecido, tornamo-nos covardes. Tememos nos arriscar em um novo emprego, em um novo relacionamento, em um novo lugar para viver. Queremos de alguma maneira mudar a nossa vida, mas não sabemos o resultado das nossas escolhas. Se é melhor eu abandonar o emprego no qual já estou há mais de seis anos por um novo desafio ou abrir minha própria empresa. Se começo um novo relacionamento ou termino o que estou atualmente. Se mudo para outro país, será que vou me adaptar a uma nova cultura?
 
E sabe quais são as chances de as suas decisões darem certo ou errado? A resposta é: metade para cada lado. Assim como o experimento do “gato de Schrödinger”, você apenas saberá o resultado se abrir a caixa. Antes disso, você terá sempre as duas possibilidades.
 
Então, você se arriscaria a sair da sua zona de conforto para alçar voos mais altos?
 
Eu acredito que toda mudança seja para melhor, independentemente dos resultados. Tudo tem o seu lado bom e essencialmente construtivo. Mas você, tendo a caixa à sua frente, a deixaria fechada com a dúvida durante toda a sua vida ou arriscaria olhar, ter uma grande surpresa e nunca viver com o sentimento de que não se arriscou?
 
A escolha é sua.
 
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*Rui Miguel cresceu em Contagem. É formado em engenharia de rede de computadores e especialista Microsoft. Tímido e paradoxalmente extrovertido. Misterioso e intrigante, mas com um senso de humor incrivelmente inteligente e sarcástico. Em 2007, teve os primeiros sintomas do Parkinson e, depois de seis meses, o diagnóstico foi confirmado. É autor do livro “Entrando no parkinson de diversões” e, em 2017, foi nomeado comendador e profissional do ano com o blog que fala sobre “como viver a vida e não apenas sobreviver” (www.ruimiguel.com.br). Também possui um canal no YouTube onde trata do mesmo assunto.
 
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