Data de publicação: 09-06-2020 19:00:00

Caso Backer: 11 são indiciados por contaminação de cervejas

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: PCMG/Divulgação
 
Onze pessoas foram indiciadas por crimes como lesão corporal, homicídio e intoxicação de produto alimentício no caso da contaminação na Cervejaria Backer. A conclusão das investigações, conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), foi apresentada nesta terça-feira (9).
 
Segundo a corporação, houve vazamentos nos tanques de produção das cervejas, fazendo com que o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol tivessem contato com a bebida. Ambas as substâncias são tóxicas e, quando ingeridas, provocam a síndrome nefroneural apresentada pelas vítimas.
 
“O vazamento fisicamente ocorreu porque havia furos nos tanques, no alinhamento da solda. Mas a questão a se destacar não é a ocorrência do vazamento, é o uso de uma substância tóxica dentro de uma planta fabril destinada à alimentação. Ela não poderia ocorrer, por uma simples análise de elementos técnicos nos equipamentos usados. Bastaria uma simples análise, uma simples leitura de três linhas para saber que aqueles equipamentos deveriam funcionar com anticongelantes não tóxicos”, afirmou o delegado Flávio Grossi, responsável pelas investigações.
 
O inquérito policial – que tem cerca de 4 mil páginas – concluiu que houve uma contaminação culposa. “Agiram de forma culposa nos hábitos produtivos, sem intenção, por perícia ou imprudência. Eles agiram de forma negligente na atuação que deveriam agir como garantidores da produção cervejeira”, disse o delegado.
 
De acordo com a PCMG, os indiciados são uma testemunha, que responderá por extorsão e falso testemunho; o chefe da manutenção, que responderá por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposa; seis responsáveis ligados diretamente à produção cervejeira, que responderão por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício dolosa; e três pessoas da gestão da empresa, que responderão por ato pós-produção devido ao descumprimento de normas administrativas.
 
Ações
 
A Polícia Civil informou que o inquérito confirma, até o momento, 29 vítimas de contaminação: 22 sobreviventes, com lesões corporais, e sete fatais. No entanto, outras 30 pessoas relataram ter apresentado sintomas de intoxicação/contaminação, conforme informado por Grossi. Essas denúncias ainda serão averiguadas.
 
Desde 5 de janeiro, a corporação realizou mais de 100 perícias e coletou depoimentos de 70 pessoas. “Trata-se de uma investigação extremamente complexa, em que a prova técnica é imprescindível para se desencadear a investigação e, consequentemente, a definição do que ocorreu, como ocorreu e quem são os responsáveis pela ação”, ressaltou o chefe da PCMG, Wagner Pinto.
 
As investigações também contaram com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (autarquia federal), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Polícia Militar de Minas Gerais, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, da Polícia Civil do Distrito Federal e da Secretaria de Estado de Saúde.
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