Data de publicação: 15-06-2020 17:41:00

A pandemia impacta a educação

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
Sebastião Alvino Colomarte*
 
Uma triste realidade: na rede pública de ensino praticamente não houve aulas neste ano. Além da greve dos professores do Estado, a pandemia da Covid-19 obrigou o fechamento, em março, de todas as escolas do país. As famílias com condições de manter os filhos na rede particular ao menos têm a ferramenta do ensino à distância que, por bem ou por mal, consegue levar um mínimo de conteúdo aos alunos.
 
Os reflexos perversos nas vidas desses jovens, com certeza, serão sentidos no futuro, principalmente para aqueles estudantes oriundos de escolas públicas. Está mais do que provado que a educação é um meio eficaz de promover a ascensão social de uma pessoa.
 
O Ministério da Educação (MEC) faz anualmente numerosos testes para avaliar o aprendizado dos estudantes brasileiros. E os resultados têm sido preocupantes, revelando que o nível de conhecimento tem deixado a desejar, principalmente entre os jovens matriculados na rede pública, já que a educação oferecida hoje no Brasil, na maioria das vezes, é de péssima qualidade. Se observarmos países como Chile e, principalmente, a Coreia Sul, poderemos notar exemplos de que investimentos maciços em educação geram bons frutos para o desenvolvimento socioeconômico.
 
Especialistas defendem a tese de que são necessários investimentos maciços na educação por parte do governo, seja ele federal, estadual ou municipal. Outra vertente considera que não é só esse o problema e que a estrutura desse sistema precisa ser mudada. E esse é o grande desafio.
 
Segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional, O Brasil destina 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação. Vejamos outros exemplos: Reino Unidos, 6,2%; Estados Unidos, 6%; Coreia do Sul, 5,4%; Chile, 4,5%; Alemanha, 4,2%; Japão, 4%. A média mundial é de 4,9%. Nesses dados fica claro observarmos que um dos graves problemas brasileiros é a ineficiência da destinação desses recursos, já que boa parte é consumida pela malversação de verba ou pela corrupção.
 
Defendo que há necessidade de novos critérios para a distribuição eficaz desses recursos. Nesse sentido, a responsabilidade no controle dessa verba deve ser um mantra por parte dos entes públicos – União, Estados e municípios. Mudanças na educação precisam ser feitas, já que ela deve ser tratada como política de Estado e não de governo.
 
Tudo leva a crer que este ano está praticamente perdido para a educação. Assim como o governo e demais setores da atividade econômica estão planejando o futuro para vários setores da sociedade, devemos planejar um novo modelo para a educação, já que o mundo não será mais o mesmo no pós-pandemia. Caberá às famílias cobrar dos governos que eles priorizem, além da saúde, a educação.
 
No pós-pandemia, ela será um dos alicerces para a retomada do desenvolvimento econômico dos países em escala global e o Brasil não pode ficar de fora desse movimento, sob pena de pagar ainda mais caro no futuro por decisões erradas do passado.
 
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*Professor e diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG)
 
(O conteúdo dos artigos publicados pelo Diário de Contagem é de responsabilidade dos respectivos autores e não expressa a opinião do jornal.)
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