Foto: Polícia Civil/Divulgação
Um casal foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por abusar sexualmente de uma criança de nove anos em Contagem. O crime vinha sendo praticado desde que a menina tinha cinco anos.
O homem foi preso em casa, no bairro Jardim Vera Cruz, e a mulher, no local de trabalho, no bairro Buritis, em Belo Horizonte, na última quarta-feira (1º). Os detalhes do caso foram apresentados nesta quinta-feira (2).
Segundo a corporação, a vítima enviou uma mensagem de áudio para a avó paterna contando o que acontecia quando passava temporadas com a mãe e o padrasto, ambos de 39 anos. A garota, que mora com o pai, ainda pediu para que a avó não sentisse nojo dela.
A criança relatou à PCMG que os abusos aconteciam nos momentos em que a família se deitava para dormir. Além de ser vítima direta do casal, a menina assistia aos dois tendo relações sexuais.
“A vítima também tinha medo de algo acontecer com a irmã de dois anos, filha do casal preso, enquanto ela não estava lá, pois a mãe e o padrasto chamavam a irmã mais nova para participar das relações sexuais, o que era impedido pela vítima”, afirma a delegada Mellina Clemente.
Impactos
Uma avaliação confirmou que a menina apresenta danos psicológicos compatíveis com os de vítimas de abuso sexual. Além disso, um exame físico realizado no Instituto Médico Legal constatou a prática criminosa contra a criança.
“Diante da gravidade dos fatos e do risco envolvendo a irmã mais nova da vítima, a PCMG representou pela prisão preventiva dos suspeitos, que foi deferida e cumprida”, disse a delegada.
Após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, a polícia apreendeu aparelhos eletrônicos e vários vídeos pornográficos na casa da mãe e do padrasto, inclusive fotos da filha menor tomando banho.
Perplexidade
Tanto a mulher quanto o homem são surdos e, por isso, os depoimentos deles foram colhidos com o apoio de um intérprete da Associação dos Surdos de Contagem. A mulher negou os crimes o tempo todo e ainda tentou responsabilizar parentes do pai da criança, que também é surdo, pelos abusos. Já o companheiro dela não apenas confessou como detalhou os acontecimentos, que chocaram a todos.
“Até para nós, policiais, que já temos alguma experiência, trouxe indignação e certa revolta”, admitiu o chefe do 2º Departamento de Polícia Civil, delegado-geral Rodrigo Bustamante. Mellina também ressaltou que esse foi um dos casos mais chocantes de toda a carreira dela.
De acordo com a PCMG, mãe e padrasto responderão pelos crimes de estupro de vulnerável e prática de relação sexual na presença de criança e adolescente.