Data de publicação: 08-07-2020 15:26:00

Fundador da rede varejista Ricardo Eletro é preso por sonegação fiscal

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Centro administrativo da Ricardo Eletro no bairro Chácaras Cotia, em Contagem
 
Foto: Google Street View/Reprodução
 
Agência Brasil
 
Policiais civis, auditores-fiscais da Receita e três promotores de Justiça de Minas Gerais saíram às ruas de quatro cidades mineiras e de São Paulo nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (8) para cumprir três mandados judiciais de prisão e outros 14 de busca e apreensão expedidos contra empresários investigados por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
 
Entre os principais alvos da investigação está o fundador da rede varejista Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, detido em São Paulo. A filha mais velha do empresário, Laura Nunes, e um irmão também são alvo da operação Direto com o Dono. Um segurança que tentou impedir a ação policial foi detido pelo crime de desobediência.
 
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os investigados são suspeitos de sonegar, ao longo de mais de cinco anos, cerca de R$ 400 milhões em tributos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). De acordo com promotores que participam da operação conjunta, além dos valores sonegados aos cofres públicos mineiros, a Ricardo Eletro tem “dívidas vultosas em praticamente todos os Estados onde possui filiais”.
 
De acordo com o MPMG, "o inquérito corre sob sigilo, mas as provas já colhidas denotam a participação efetiva desse alvo na administração da empresa. Há inúmeros indícios de que a administração fática ainda é realizada pelo alvo principal da operação".
 
Expedidos pela Vara de Inquéritos de Contagem, os mandados de prisão e de busca e apreensão estão sendo cumpridos no próprio município, em Belo Horizonte e em Nova Lima, bem como nas cidades de São Paulo e Santo André (SP).
 
A fim de garantir o ressarcimento dos prejuízos aos cofres mineiros, a Justiça também determinou o sequestro do equivalente a R$ 60 milhões em bens imóveis atribuídos a Ricardo Nunes – ainda que muitos deles, segundo os promotores responsáveis pelo caso, estejam registrados em nome de parentes do empresário. De acordo com o Ministério Público, a medida é necessária, pois a Ricardo Eletro encontra-se em situação de recuperação extrajudicial, “sem condições de arcar com suas dívidas, já tendo fechado diversas unidades e demitido dezenas de trabalhadores”.
 
No total, a operação Direto com o Dono mobiliza três promotores de Justiça, 60 auditores-fiscais da Receita estadual, quatro delegados e 55 investigadores da Polícia Civil.
 
Ricardo Eletro
 
Em nota, a Ricardo Eletro informou que Ricardo Nunes e familiares não fazem parte do quadro de acionistas nem mesmo da administração da companhia desde 2019.
 
“A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam a companhia desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça em 2019”, diz a nota.
 
A Ricardo Eletro esclareceu que “a operação realizada nesta quarta-feira (8) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil faz parte de processos anteriores à gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia”.
 
Em relação à dívida com o Estado de Minas Gerais, a Ricardo Eletro disse que “reconhece parcialmente as dívidas e, antes da pandemia, estava em discussão avançada para o pagamento dos tributos passados, em consonância com as leis estaduais”.
 
A nota diz ainda que a Ricardo Eletro se coloca à disposição para colaborar integralmente com as investigações.
 
A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com os advogados de Ricardo Nunes.
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