Data de publicação: 23-07-2020 16:17:00

A questão social como prioridade

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
Sebastião Alvino Colomarte*
 
Neste momento delicado pelo qual estamos passando no Brasil, devido aos impactos perversos da pandemia da Covid-19, a questão social deveria ser uma das prioridades de qualquer projeto de governo. Entretanto, o que se vê, hoje, é um total distanciamento entre as esferas federal, estaduais e municipais, com bate-boca de todos os lados e sem convergência de ações efetivas para combater o problema.
 
A população mais carente é a que mais sofre neste cenário, pois o problema social só aumenta, principalmente com o agravamento da crise econômica e as demissões em massa. A taxa de desemprego deve chegar a 14,2% no fim de 2020, segundo cálculos da Instituição Fiscal Independente do Senado, sendo que esse percentual era de 11,9% no ano passado, segundo dados do IBGE.
 
Milhares de empregos continuam sendo ceifados durante este período pandêmico, postos de trabalho, aliás, já ameaçados na fase pré-pandemia. O número de desempregados no país só tende a aumentar e as ações emergenciais mais exigidas no cenário são de caridade, pois as de assistência social não serão suficientes para o atendimento das necessidades mais urgentes da população.
 
Para diferenciarmos uma da outra, destacamos o trabalho que realiza o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) por meio da parábola bíblica do pescador. A nossa instituição se dedica à preparação de jovens para que eles estejam em condições de “pescar” e sejam suficientemente capazes de produzir. Assim, foram beneficiados quase meio milhão de jovens com oportunidades de estágio e aprendizagem. Esse resultado não teria sido obtido se simplesmente tivéssemos oferecido “o peixe temperado e frito” por caridade.
 
Sabemos que há uma deplorável desigualdade social no país e a população mais carente fica à mercê de uma espera angustiante diante de tanta miséria. O que vemos, hoje, retratado pela imprensa comprova esse fato. Há um clamor geral nas ruas daqueles que precisam de socorro. Mas, infelizmente, o que se vê e o que se ouve são conversas jogadas ao vento vindas de autoridades de todos os níveis. São discursos evasivos e sem conteúdo. Em vez de somarem, os políticos estão dividindo, pensando mais em suas próprias reeleições do que nas aspirações da população carente, incluindo os jovens, que representam o futuro da nossa nação. Manobras tentam deslocar o foco da saúde e da questão social, nas quais os problemas se avolumam.
 
Caso não haja uma convergência urgente de ações, além da Covid-19, infelizmente, a fome e a violência poderão matar muito mais pessoas. É necessário enfrentar a realidade atual em conjunto, senão a população carente desassistida e a mendicância nas ruas só tendem a aumentar.
 
É preciso a união de todos para enfrentar esta pandemia que afeta a humanidade. No Brasil, será necessário e urgente rever as linhas de atuação social, descartando fórmulas de diversas tendências ideológicas e políticas. É preciso cuidar bem do nosso povo.
 
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*Professor e diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG).
 
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