Data de publicação: 12-11-2020 16:34:00

Consumidor desconhece informações de rótulos de produtos alimentícios

Jornal Diário de Contagem On-Line
Foto: Anvisa/Divulgação
 
AGÊNCIA BRASIL
 
Os consumidores têm dificuldade para entender o que dizem os rótulos dos produtos nos supermercados, revela uma pesquisa publicada na Revista Agropecuária Técnica (Agrotec), editada pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Foram ouvidas 240 pessoas nas faixas etárias de 15 a 30 anos, de 30 a 45 anos e acima de 45 anos.
 
Segundo a publicação, 69% dos entrevistados leem os rótulos e verificam a data de validade no momento da compra. Entre os que conhecem os termos técnicos, mas não sabem o significado, o percentual atinge 70%. A maior parcela desses consumidores está na faixa acima de 45 anos.
 
Para os pesquisadores, é preciso que os rótulos dos alimentos industrializados apresentem informações regulamentadas por órgãos oficiais e que contribuam para a escolha adequada do produto pelo consumidor do ponto de vista nutricional, e que indiquem a forma correta de conservação e preparo. Os questionários pediam que os entrevistados dissessem o que entendiam dos ternos glúten, ômega 3, gordura trans, diet e light.
 
Conforme mostrado pelo estudo, os rótulos são o eixo de comunicação entre o consumidor e o produto, por isso têm uma participação relevante na aceitação e no consumo do alimento. A partir disso, o estudo avaliou o hábito de leitura e compreensão dos rótulos de produtos alimentícios, e ainda o entendimento deles pelos frequentadores de supermercados.
 
A engenheira de alimentos Amanda Roman Guedes, responsável pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Jasmine Alimentos, empresa especializada em alimentos saudáveis, diz que a linguagem técnica nos rótulos dos produtos que, em alguns casos, contêm componentes alimentares potencialmente alergênicos, pode levar riscos ao consumidor.
 
Entre as pessoas que já conhecem suas restrições alimentares ou alérgicas, porém, o problema é menor, destaca Amanda. “Elas sabem e são muito estudiosas, porque é caso de vida ou morte para quem tem alguma restrição alimentar. Elas sabem bem o que estão ingerindo, mas, no dia a dia, quem não tem restrição alimentar não entende direito”.
 
Supermercados
 
E é nos supermercados, que nesta quinta-feira (12) comemoram sua data nacional, que o consumidor fica confuso diante das informações atuais dos rótulos dos alimentos industrializados. “Falta o rótulo ‘conversar’ de maneira mais interativa com o consumidor. Até mesmo na comunicação em geral, no SAC, a gente recebe muitas perguntas nesse sentido. Por exemplo, o que é glúten, o que é lactose. As pessoas querem se informar mais”, afirma a engenheira de alimentos.
 
Apesar disso, Amanda ressalta que muitos supermercados estão destinando espaços específicos para cada tipo de alimento, o que facilita a procura pelos produtos, especialmente pelas pessoas que têm restrições alimentares, como ao glúten ou à lactose. “É legal que o consumidor se interesse mais pelo que está consumindo, e essa segmentação dentro do supermercado ajuda bastante. Se eu sou celíaca, ou faço alimentação sem glúten, já sei onde posso ir e em quais produtos posso focar. Então, acho bem interessante a segmentação, que ajuda bastante até quem não tem conhecimento de rótulos”.
 
Observações
 
Os pesquisadores constataram que a maioria dos entrevistados mostra preocupação com a leitura dos rótulos dos alimentos e entende a necessidade de verificação das datas de validade. Muitos revelaram conhecer o que os termos estudados significam, mas, quando questionados sobre como os definiriam, não souberam, o que indica a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas de educação e de comunicação para ajudar os consumidores a conhecer o significado das informações contidas nos rótulos.
 
“Deve existir um ajuste, de modo que os rótulos sejam facilmente compreendidos, porque o uso de linguagem técnica, abreviaturas e siglas, assim como a falta de esclarecimentos em relação aos componentes potencialmente alergênicos a grupos específicos e o uso da escrita pouco legível são fatores que tornam difícil a compreensão por parte dos consumidores”, afirmam os responsáveis pela pesquisa.
 
No último sábado (7), a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)?aprovou?a nova norma sobre o rótulo nutricional de alimentos embalados para deixar mais claras as informações nutricionais e permitir que o consumidor faça escolhas alimentares mais saudáveis. A norma tem prazo de 24 meses, a partir de outubro, para entrar em vigor. Os produtos que estiverem disponíveis no mercado na data de início da nova regra terão um prazo de adequação de 12 meses.
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