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Uma carreta com 10,8 toneladas de fios de cobre foi apreendida pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em Santa Bárbara, na região Central de Minas Gerais. Segundo a corporação, a carga, avaliada em cerca de R$ 1 milhão, tinha como destino a região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
 
A apreensão ocorreu na última sexta-feira (11), mas os detalhes do caso foram repassados na terça-feira (15). Segundo o delegado Gustavo Barletta, o material é furtado na própria RMBH e alimenta uma grande cadeia de suspeitos de receptação. Toda ação teria início com dependentes químicos.
 
“Essas pessoas furtam os fios e vendem por preços insignificantes para pequenos receptadores no Centro de Belo Horizonte, Contagem e outras cidades. Elas vendem para receptadores que ficam com o dinheiro a pronto comércio para comprar seja de quem for. São pequenas quantidades. É um trabalho de 'formiguinha': a pessoa furta 1 kg, 2 kg e o receptador vai lá e compra”, disse Barletta.
 
Como funciona
 
Depois, segundo o delegado, o material é vendido para outro receptador por um valor um pouco mais alto e, assim, o esquema criminoso vai evoluindo. O último a comprar é aquele que se conecta a ferros-velhos, para os quais a venda ocorre em grande volume.
 
As investigações apontam para a participação de um empresário e de outros eventuais suspeitos que compram a carga da carreta, derretem os fios de cobre em siderúrgicas e os transformam em barras de 25 kg a 30 kg. “A partir do momento que ele derrete esses fios, ele quebra totalmente a possibilidade de você chegar à origem”, ressaltou Barletta.
 
A partir daí, o material volta ao mercado para ser novamente derretido e transformado em fios, renovando todo o ciclo. Duas possibilidades são levantadas pela PCMG para que esse retorno ocorra de forma lícita: elaboração de notas falsas e/ou utilização de notas duplicadas.
 
A polícia também investiga crimes como sonegação fiscal, receptação qualificada e organização criminosa dentro dessa mesma cadeia.