Foto: Ministério da Saúde/Arquivo

 
O Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares (MOV), em Belo Horizonte, vem enfrentando sérias dificuldades para manter as suas atividades por conta da pandemia da Covid-19. Com a redução drástica das doações, a estimativa da unidade de saúde – que completou 66 anos na última quarta-feira (24) e é referência em Minas Gerais na assistência integral à mulher e ao recém-nascido – é de que seja necessário aumentar em ao menos 32% a captação para se chegar aos níveis adequados.
 
Segundo a MOV, em fevereiro último, o BLH captou 168 litros de leite. Neste mês, até o último dia 18, o volume caiu para 93 litros, o que é insuficiente para atender à demanda de 130 bebês, em média.
 
A coordenadora do banco de leite, Maria Hercília Barbosa, reforça que o procedimento é seguro mesmo no cenário atual. “Na própria triagem, já perguntamos se a doadora ou alguém da sua família está com sintomas gripais. Além disso, readequamos o procedimento de coleta. As orientações são dadas por telefone, os exames da doadora são recebidos por e-mail e, se estiver tudo ok, ela recebe o kit para coleta (touca, máscara e vidro esterilizado) na porta de casa. A equipe do banco de leite também não adentra a casa da doadora para buscar o leite”, diz.
 
Gesto fundamental
 
Por meio da doação de leite humano, as vidas de bebês prematuros ou doentes internados em unidades de terapia intensiva ou de cuidados intermediários neonatais são salvas, já que o leite materno fornece os anticorpos necessários para o fortalecimento do sistema imunológico dos recém-nascidos, protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, bem como diminui o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e a chance de desenvolver obesidade.
 
No BLH, o leite passa por um processamento e um controle microbiológico que certificam a qualidade desse alimento fundamental para os bebês.
 
“Pedimos que as mães continuem doando seu excedente de leite, continuem nos ajudando nessa causa, que é de toda a sociedade. Quem souber de alguma mãe que está com excedente, indique um banco de leite e ajude a salvar vidas”, ressalta Maria Hercília.
 
Todas as lactantes saudáveis, com excedente de leite e exames de pré-natal negativos podem ser doadoras. Para isso, basta entrar em contato com a MOV pelos telefones (31) 3337-5678 e (31) 3298-6008 para fazerem o cadastro. A maternidade reforça que mesmo aquelas que tiveram Covid-19 podem doar após um período de isolamento de 15 dias sem intercorrências, assim como as que já foram vacinadas contra a doença.