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A castração gratuita de animais voltará a ser oferecida pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Contagem a partir de outubro. O serviço foi suspenso há cerca de um ano e meio devido à pandemia da Covid-19 e, atualmente, soma uma demanda de 18 mil cães e gatos.

Na última quinta-feira (23), a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), afirmou, durante uma reunião com protetores de animais e representantes das secretarias de Meio Ambiente e Saúde, que R$ 2 milhões serão destinados à retomada dos serviços oferecidos pela Zoonoses.

Além disso, foi anunciada a formação de uma a comissão, por membros da sociedade civil e do poder público, que será responsável por implementar o Conselho Municipal do Bem-Estar dos Animais (Combea). Entre as atribuições do Combea instituídas pela Lei 5109/2020, está a proposição de diretrizes para políticas públicas de proteção aos animais na cidade.

A verba liberada para os procedimentos e compra de insumos, medicamentos veterinários e equipamentos prevê a realização de 600 castrações por mês. No entanto, conforme o acordo feito entre o Ministério Público de Minas Gerais e a administração municipal na última gestão, o município deve disponibilizar 812 cirurgias a cada mês. Segundo a prefeitura, será necessário contratar novos profissionais para suprir essa demanda.

Marília Campos ressaltou que não será possível zerar a fila “da noite para o dia”. “Será preciso a realização de ações especiais como mutirões. É fundamental o estabelecimento de parcerias como temos com a UNA e que podemos buscar com a Universidade Federal de Minas”, disse.

Responsabilização

O encontro também foi marcado por críticas ao último governo de Contagem, apontado por negligenciar a questão animal. “Mesmo em estado de pandemia, é preciso olhar pelos animais que foram esquecidos na gestão anterior, na castração e em outros pontos. Temos um longo caminho a percorrer e a implantação do conselho será importante para essa demanda cada vez mais presente na sociedade”, afirmou a protetora dos animais e professora, Marilene José da Silva.

O presidente da Câmara Municipal de Contagem, Alex Chiodi (Solidariedade), também esteve presente na reunião e falou sobre as consequências da paralisação dos serviços do CCZ. “O problema da castração veio apenas para aumentar essa distância absurda entre o que era feito e o que era necessário. O resultado foi que a gente começou a ver cada vez mais animais maltratados e abandonados pela cidade, dependendo apenas da ação voluntária e anônima dos protetores. Ação que diante das dificuldades não se sustenta sem o poder público”, disse Chiodi.