Fotos: Robson Rodrigues
Um grupo de ambientalistas de Contagem, BH e de outras cidades da região metropolitana, se reuniram em Mateus Leme no domingo (26), para plantar mudas e protestar contra a degradação da Serra do Elefante, que tem o formato de um elefante deitado.
A Associação Amigos da Serra do Elefante, criada em 2004, encabeça o movimento “Salve a Serra do Elefante”, em Mateus Leme. O movimento que luta pela preservação da serra foi abençoado pelo Padre Daniel, Pároco da Igreja Matriz de Santo Antônio. O religioso benzeu as mudas que foram plantadas numa área que está sendo recuperada e falou para os fiéis sobre a importância de preservar a serra e todo o meio ambiente.
Mudas também foram doadas para os fiéis após a missa e duas mudas de ipê foram plantadas ao lado da Igreja de Nossa Senhora Aparecida no alto da serra, a pedido do Padre Daniel. Os grupos SOS Vargem das Flores, Boi Rosado Ambiental, Pomar BH e Salve a Serra do Elefante se reuniram na praça para ressaltar a importância da luta pela preservação das áreas verdes, dos rios, reservatórios, serras, montanhas e da vida.
O idealizador e fundador do Boi Rosado Ambiental, Severino Iabá, produtor das mudas doadas, disse que plantar árvores é plantar esperança. “As duas árvores plantadas aqui no topo da serra são de grande porte, futuramente vão dar sombra e alimentos para pessoas e animais”.
A Serra do Elefante sofre com a degradação ao longo dos anos. Nas últimas semanas foi vítima de incêndios que destruíram boa parte da serra. A serra está sendo ameaçada pela especulação imobiliária que quer construir moradias ao lado de uma reserva natural. Moradores mais antigos contam que nem as cachoeiras foram poupadas, algumas foram canalizadas e a água mineral engarrafada.
A presidente da Associação Amigos da Serra do Elefante, Cleide Nilza Cândido, organizou a manifestação e convidou os ambientalistas das outras cidades para somar forças em prol do meio ambiente de Mateus Leme.
“Plantamos mudas para recuperar áreas já degradadas, mas também exigimos a revogação do decreto da prefeitura de Mateus Leme que permitiu empreendimentos imobiliários na Serra do Elefante e a implantação da Unidade de Conservação Monumento Natural Serra do Elefante para garantir a preservação da região”, disse.
Cleide aproveitou para apoiar o grupo SOS Vargem das Flores de Contagem. Ela pediu para a prefeita Marília Campos vetar o PL 05, que vai prejudicar a bacia de Vargem das Flores.
No mirante da Serra do Elefante é possível ver a extensão da área já desmatada e queimada no pé da serra. A Associação Amigos da Serra do Elefante já entrou com uma ação no Ministério Público contra a prefeitura que permitiu a construção de um condomínio bem ao lado da serra, numa área que já foi desmatada pelos empreendedores.
Por isso, as entidades presentes fizeram uma manifestação no topo da serra pela conservação das águas, serras e da vida.
A professora e integrante do coletivo SOS Vargem das Flores, Adriana Souza, aproveitou a oportunidade para alertar a todos para a ameaça da construção do Rodoanel, que, segundo ela, vai afetar várias cidades ao redor e colocar a população em risco com a destruição de nascentes e aquíferos. “A luta pela água e pela vida não tem fronteiras, por isso precisamos nos unir para enfrentar esse projeto eleitoreiro, ecocida e hidrocida que não pode ser construido”, enfatizou.
No topo da Serra do Elefante tem uma Igreja da Nossa Senhora Aparecida, uma rampa de voo livre, várias trilhas e cachoeiras. Mateus Leme está a aproximadamente 60km da capital e a cidade leva o nome de um bandeirante paulista que, no século XVII, passou pela região.
Atualmente a Serra do Elefante é bastante frequentada por moradores e turistas, principalmente pelos desportistas que voam de paraglider e por pessoas em busca de contato com a natureza.
