Projeto de Lei com a proposta de criar a “Semana Municipal Paulo Freire”, foi rejeitado e arquivado na reunião plenária de terça-feira (9), na Câmara Municipal de Contagem. Onze vereadores votaram contra e nove a favor ao PL. 

Abner Motta (Democracia Cristã), filho do Deputado Federal Léo Motta (Republicanos), disse que “muito se fala sobre Paulo Freire, mas poucas pessoas sabem realmente quem foi essa pessoa. Infelicidade a preposição. As pessoas que esse ser apóia, são verdadeiros ditadores e genocidas”, disse o vereador se referindo ao livro “Pedagogia do Oprimido”, traduzido em várias línguas e conhecido mundialmente. Ele questionou o mérito da matéria e votou contra o projeto.

O PL 243/2021, de autoria da vereadora Moara Sabóia (PT), líder de governo, tramita no Legislativo desde o final de 2021. 

A vereadora autora destacou a importância da obra citada, do educador e filósofo Paulo Freire. “Importante para a educação do mundo inteiro. O livro “Pedagogia do Oprimido” é a terceira obra mais citada nas ciências humanas no contexto acadêmico mundial. O livro foi escrito durante seu exílio de Freire no Chile e está entre os 100 livros mais requisitados nas universidades de língua inglesa”, defendeu a vereadora.

Nas redes sociais, disse que, “embora Freire seja considerado o patrono da Educação Brasileira pela Lei Federal 12.612/2012, em Contagem os vereadores acham que ele não merece uma semana e não merece ser homenageado. Contagem tem uma prefeita progressista e que valoriza a educação, mas tem uma Câmara que não acompanha”, desabafou.  


Segundo Wikipédia, o livro “Pedagogia do Oprimido'' é um dos livros mais conhecidos de Paulo Freire. O livro propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante, e sociedade. A obra continua popular entre educadores no mundo inteiro e é um dos fundamentos da pedagogia crítica.

O livro fala sobre a educação tradicional que apoia e mantém o status da sociedade. Assim, o poder tende a ficar nas mãos dos poderosos por muito tempo. “Para libertar os oprimidos de sua opressão é preciso educar de maneira diferente”, disse Freire.