Janaína de Fátima Martins - Geógrafa

Fotos: Robson Rodrigues Moreira

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A Garibaldo Saúde, em parceria com a Gestão Serviços e Licenciamento Ambiental Ltda., realizou a primeira palestra sobre a “Contaminação do lençol freático por necrochorume”.

A palestra, realizada na Associação Comercial e Industrial de Contagem (ACIC), foi ministrada por Janaína de Fátima Martins, formada em Geografia e Análise Ambiental. 

Segundo a geógrafa, a falta de fiscalização é um dos principais motivos da grande contaminação do lençol freático.

“O processo de decomposição de um corpo após ser sepultado leva, em média, dois anos e meio, e dá origem a um líquido chamado necrochorume, capaz de contaminar o lençol freático e, consequentemente, a água que usamos. Os micro-organismos liberados durante a decomposição podem transmitir doenças através do contato ou consumo da água contaminada. Hepatite A, tuberculose e escarlatina, são as doenças mais comuns”, explica.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)  promulgou a resolução de número 335, de 3 de abril de 2003, obrigando o licenciamento ambiental para os cemitérios. O licenciamento só seria obtido após a execução de projetos capazes de impedir a infiltração do necrochorume no lençol freático.

Os cemitérios tiveram 180 dias para cumprir as determinações, mas poucos atenderam a solicitação do CONAMA, que prevê sanções penais e administrativas para os infratores.

“As empresas precisam do licenciamento ambiental para funcionar e ter a consciência da necessidade de tratar os resíduos e a água utilizada no processo de produção. No caso dos cemitérios, não podemos fazer muita coisa. Uma solução seria colocar uma manta impermeabilizante em toda a área utilizada, mas a melhor solução seria o crematório, mas o custo impeça a massificação”, concluiu Janaína de Fátima Martins.

Recentemente, o vereador Ivair Soalheiro (PSB) denunciou, na Câmara Municipal de Contagem, a contaminação feita pelo cemitério Parque Renascer, localizado no município.

A reportagem do Jornal Diário de Contagem Online tentou falar com a administração do cemitério, mas ninguém quis se manifestar.