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A comunidade médica comemora dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde que indicam redução do consumo de cigarro pela população de 16,2% para 15,1%, entre os anos de 2006 e 2010. Os homens foram os grandes responsáveis pela queda, já as mulheres permaneceram estáveis na pesquisa.
Parte desse resultado se deve às campanhas educativas e à publicidade consciente. No entanto, esse avanço ainda é tímido, uma vez que os dados mostram que a queda do hábito de fumar é lenta.
O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, vem para reforçar os perigos do tabagismo e conscientizar para a importância da diminuição do consumo do cigarro. “Se não fosse o fumo, teríamos 90% menos casos de câncer de pulmão e em torno de 30% de outros tumores.
A pessoa que sofre dessa doença vive o pesadelo de saber que existe uma grande chance do mau se espalhar para outras partes do corpo e, ainda, que é um tipo de patologia com alto índice de mortalidade”, informa o médico da Clínica Oncocentro Minas Gerais, Bruno Ferrai, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – Regional Minas Gerais.
Dos cerca de 1,25 bilhão de fumantes no mundo, mais de 30 milhões são brasileiros. Segundo o Instituto Nacional de Combate ao Câncer (INCA), estima-se que cerca de 200 mil mortes/ano por câncer são causadas pelo tabagismo. Além dos gastos, só no ano passado o Ministério da Saúde destinou R$ 340 milhões para tratamentos de doenças relacionadas ao fumo, enquanto as fabricantes de cigarro faturaram R$ 16 bilhões, de acordo com a Câmara Setorial do Tabaco.
Hoje, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia estima que 30% da população adulta seja fumante e que 125 mil pessoas morram todo ano por doenças causadas pelo consumo de cigarro.
Já o oncologista André Murad lembra que as substâncias do tabaco não afetam apenas o pulmão. “Provocam também o câncer de boca, que é tão complexo como qualquer outro e pode ser fatal. A taxa de sobrevivência após cinco anos é de 59%”, alerta. Assim como o câncer de boca, cerca de 90% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao cigarro, ou seja, poderiam ser evitados. O tumor nessa região é um dos mais freqüentes e ocupa o 7º lugar entre os que mais atingem a população brasileira.
“Quando detectado em seu estágio inicial, as chances de cura são maiores, mas, mesmo com o tratamento, geralmente cânceres da cabeça e pescoço podem gerar conseqüências nos dentes, na fala e na deglutição”, explica Murad, que é coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG, do Centro de Oncologia Hospital Lifecenter e do CENANTRON, Centro Avançado de Tratamento Oncológico.
Fonte: Zoom Comunicação