Data de publicação: 02-02-2008 00:00:00

Desfiles das escolas de samba de São Paulo surpreendem.

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

Sabrina Sato segura a fantasia durante todo o desfile da Gaviões

Foto: Futura Press

As escolas de samba do Grupo Especial que desfilaram no primeiro dia do Carnaval de São Paulo, na madrugada de sexta para sábado, levaram para o Sambódromo do Anhembi temas diversos como sorvete, imigração japonesa, perfume e economia paulista. Com uma trégua na chuva que caiu na cidade nos últimos dias, a festa teve poucos incidentes e muito colorido.

A primeira a desfilar foi a Gaviões da Fiel, que às 22h55 entrou na avenida com uma grande águia dourada em seu carro abre-alas. Dourado e vermelho, aliás, foram as cores que deram o tom à escola, que homenageou a cidade paulista de Santana de Parnaíba em criação do carnavalesco Mario Quintaes com cinco carros alegóricos e 22 alas.

O samba-enredo, chamado "Nas Asas dos Gaviões, Rumo ao Portal dos Sertões - Santana de Parnaíba: Berço de Bandeirantes", lembrava que foi daquela cidade que partiram muitas expedições de bandeirantes, em busca de ouro e pedras preciosas, e evidenciava sua herança cultural.

E foi na Gaviões o primeiro imprevisto da noite. Destaque da escola, Sabrina Sato, do "Pânico", teve problemas com a parte de cima de sua fantasia e sambou segurando o bustiê até ser socorrida pela equipe de apoio.

Com carros representando índios e bandeirantes, além da arquitetura e da usina hidrelétrica da cidade, a Gaviões da Fiel, que havia sido rebaixada em 2006, teve Lívia Andrade como rainha da bateria e, por conta de um problema de direção no último carro, terminou o desfile à meia-noite, no momento exato em que o cronômetro marcava 65 minutos. O tempo máximo permitido para o desfile.

Sorvete em duas escolas

Duas escolas tiveram o sorvete como tema, e uma delas foi a Acadêmicos do Tucuruvi, que à 0h15 entrou no sambódromo destacando o branco --do leite, ingrediente principal da guloseima-- na comissão de frente e no carro abre-alas. Liderada pelo carnavalesco Armando Barbosa, a agremiação levou cinco carros e 24 alas para o Anhembi e o samba-enredo "Hummm... É Tempo de Sorvete, do Oriente ao Ocidente, Alimento Refrescante e Nutritivo".

Entre os destaques da escola, estiveram a rainha de bateria Valéria, a modelo Núbia Oliver e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Emerson e Thaís. A evolução apresentou muito colorido em carros como o que mostrava o imperador romano Nero com uma taça de sorvete na mão ou o que representava damas da nobreza européia, que disputavam os mestres sorveteiros. O toque final de cor veio no último carro, "Sorvete, Grande Paixão Nacional", com crianças e bexigas.

O sorvete também foi o tema da quarta escola a desfilar, a Águia de Ouro, que se concentrou em cantar o prazer de saborear a delícia gelada sob o comando do carnavalesco Vitor Santos. Às 2h28, com o enredo "A Taça da Felicidade, uma Viagem pelos Sentidos às Delícias do Sorvete", a escola da Pompéia entrou com 23 alas e quatro carros alegóricos, além de duas rainhas de bateria, Taís Palmares e Taíse Pinheiro.

Foi com o quarto carro da Águia, "Alimento dos Amantes", que o sambódromo viu seu segundo imprevisto da noite. Ainda na concentração, um pneu furou e o carro foi empurrado por todo o desfile. Mas, apesar da lentidão, a escola conseguiu terminar a apresentação em 64 minutos (um minuto antes de estourar o tempo). Porém, a evolução acabou prejudicada, já que ficou um espaço vazio e a escola teve que correr com as últimas alas.

Com duas ex-BBBs, Carolini Honório e Juliana Alves, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira David Nascimento e Laís Moreia, a Águia de Ouro entrou com tons de branco e azul (cores da agremiação). Repetindo 2007, a bateria entrou logo atrás da comissão de frente, o que animou o público do sambódromo.

O clima "gélido" do azul e branco foi quebrado em seguida com alas de cores fortes, lembrando sabores sortidos de sorvete. Um carro alegórico trouxe ainda uma dançarina fazendo "pole dancing", a dança do poste que ficou popular com a personagem Alzira, de Flávia Alessandra, na novela global "Duas Caras".

Entre um sorvete e outro, porém, foi o centenário da imigração japonesa que brilhou. No terceiro desfile da noite, a vice-campeã de 2007, Unidos de Vila Maria, entrou na passarela à 1h19 com o samba-enredo "Irashai-mase, Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa".

Imigração japonesa na avenida

Liderada pelo carnavalesco Wagner Santos, a agremiação evidenciou a cultura japonesa em alas --como a que mostrava cartazes com caligrafias japonesas-- e em carros alegóricos, com destaque para o que trazia um dragão gigante feito de milhares de copos plásticos. Os integrantes da bateria estavam vestidos de vermelho e branco, cores da bandeira do Japão, e fantasias de gueixas ilustravam fantasias e alegorias.
O desfile contou com 26 alas e cinco carros alegóricos e até o verde-amarelo brasileiro apareceu, colorindo a "Ala Tratado da Amizade", que representava o contato entre os japoneses e os brasileiros.

Entre as musas da escola estiveram a rainha Valeska Reis, que também é Rainha do Carnaval de São Paulo, e a madrinha de bateria Yuka Chan. O casal de mestre-sala e porta-bandeira foi formado por Everson e Cíntia.

A economia de São Paulo foi o tema da Tom Maior, que entrou na passarela do Anhembi às 3h39 com o samba "Glória Paulista - São Paulo na Vanguarda da Economia Brasileira", 23 alas e cinco carros alegóricos.

Para ilustrar o crescimento econômico da cidade, desde sua fundação até o estabelecimento da indústria, o carnavalesco Marco Aurélio Ruffin optou por alas que abordavam desde a chegada dos portugueses até o mercado financeiro, atribuído à ala das baianas, e por carros alegóricos como "A Conquista do Eldorado" e "Palácio das Indústrias".

O início do desfile foi predominantemente nas cores da escola: vermelho, amarelo e branco, com muitos detalhes em dourado. A bateria, vestida de amarelo, chamou a atenção com uma queima de fogos no meio da avenida. Jairo e Simone formavam o casal de mestre-sala e porta-bandeira.

O carro "Riqueza Brota da Terra", dedicado ao café e à cana-de-açúcar, veio enfeitado por milhares de mudas de plantas --e, oportunamente, pela Mulher-Samambaia, do programa "Pânico".

Aliás, a Tom Maior esteve bem-servida de celebridades. Além da Mulher-Samambaia, a escola contou com Adriana Bombom como rainha de bateria, e a musa do BBB7, Íris Stefanelli. O tecladista Frank Aguiar e o senador Eduardo Suplicy também estavam entre os famosos.

O último carro do desfile, "Na Vanguarda da Economia Brasileira", que trazia um dragão com movimento nas mandíbulas e soltava fumaça, passou pelo portão de saída nos últimos segundos do tempo regulamentar, às 4h39. A tensão fez com que alguns integrantes da escola discutissem rapidamente com funcionários do sambódromo, para em seguida comemorarem que o tempo não havia sido estourado.

Apostando na sensibilidade dos narizes dos foliões, a Rosas de Ouro, hexacampeã do Carnaval paulista, entrou às 4h47 na passarela com um carro abre-alas separado em seis rosas que esguichavam perfume na avenida. Isso porque o tema era "Rosaessência - O Eterno Aroma", sobre a história dos perfumes.

Com 24 alas e cinco carros alegóricos, sob o comando do carnavalesco Jorge Freitas, a escola explorou a sua cor, o rosa, em quase todas as fantasias e carros alegóricos. O desfile foi bastante luxuoso, com carros elaborados e dotados de iluminação própria, que piscavam e ressaltavam os destaques.

O carro alegórico "Um Q de Magia" tinha duas portas laterais por onde entravam e saíam integrantes em uma encenação inspirada no filme "Perfume - História de um Assassinato", em que um serial killer tenta criar o perfume perfeito retirando a essência vital de mulheres.

O posto de rainha da bateria foi da modelo Ellen Roche. Luiz Antonio e Sueli Aparecida formavam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. O astronauta brasileiro Marcos Pontes estava entre as celebridades que desfilaram pela Rosas de Ouro.

Folclore entra à luz do dia

A Nenê de Vila Matilde encerrou o primeiro dia de desfiles de São Paulo com o dia clareando. Às 5h57, entrou com o samba-enredo "Um Vôo da Águia como Nunca se Viu! Também Somos Folclore do Nosso Brasil - 110 Anos Aprendendo com Câmara Cascudo", homenageando o antropólogo Luís da Câmara Cascudo e seus estudos sobre o folclore brasileiro.

A escola da zona leste, com o carnavalesco Augusto de Oliveira, desfilou com 30 alas e cinco carros alegóricos. A primeira região homenageada foi o Nordeste, em uma comissão de frente que se destacou pela grande quantidade de integrantes, representando 15 diferentes nações de maracatu. Todos os integrantes estavam com os rostos pintados de negro, com fuligem de lamparina.

A ala de bateria "Reis do Maracatu", também com os rostos pintados, surgiu logo atrás da comissão de frente. O primeiro carro alegórico e a ala inicial dedicaram-se ao maracatu rural, com integrantes em fantasias de caboclo-de-lança.

Mitos indígenas foram o tema do segundo carro alegórico, dedicado à região Norte. Danças típicas como o carimbó foram lembradas com fantasias simples, reproduzindo os trajes pelos quais as danças foram descritas por Câmara Cascudo no "Dicionário do Folclore Brasileiro", em 1952.

Centro-oeste, Sul e Sudeste também foram lembrados pelo samba-enredo. O último carro da escola trazia uma reprodução da Igreja da Penha, que fica próxima à agremiação em São Paulo.

O cargo de rainha de bateria, que não havia sido definido até a última semana antes do desfile, ficou com Simone Sampaio. A musa foi escolhida em um concurso que lhe deu o título de "Rainha das Rainhas". Rubia e Moreno formavam o casal de mestre-sala e porta-bandeira.

Mesmo sem a presença do fundador, Alberto Alves da Silva, o Seu Nenê, de 86 anos, internado por problemas renais, a escola encerrou às 6h54 um desfile bastante próximo de sua tradição.

Hoje, a partir das 22h30, desfilam na segunda noite do Carnaval paulista as escolas Camisa Verde e Branco, Mancha Verde, X9 Paulistana, Pérola Negra, Vai-Vai, Mocidade Alegre e Império de Casa Verde. A apuração acontece na Terça de Carnaval, dia 5/2, às 9h30.

Fonte: uol

 

Comentários

Charge


Flagrante


Boca no Trombone


Guia Comercial


Enquetes


Previsão do Tempo


Siga-nos:

Endereço: Av. Cardeal Eugênio Pacelli, 1996, Cidade Industrial
Contagem / MG - CEP: 32210-003
Telefone: (31) 2559-3888
E-mail: redacao@diariodecontagem.com.br