Foto: Ocupação William Rosa/Divulgação
Houve confronto entre policiais e moradores da Ocupação William Rosa, em Contagem, no final da tarde da última quinta-feira (23). Duas pessoas acabaram detidas e outras ficaram feridas.
Cerca de 500 militares estiveram no local, cercando a área. De acordo com o morador e integrante do movimento Luta Popular Lacerda Santos, a Polícia Militar (PM) acompanhava uma oficial de Justiça que foi até a ocupação fazer a contagem das famílias que vivem lá.
“Essa atitude é, no mínimo, estranha e acontece um dia depois de termos nos reunido com representações do governo, que nos garantiram que iriam suspender todas as ações jurídicas contra a ocupação e retomar as negociações conosco”, afirmou Santos, ressaltando que não há, até o momento, um pedido de reintegração de posse do terreno.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação também foi acionada, pela PM, para combater as chamas acesas por alguns moradores, que interditaram a avenida Severino Ballesteros Rodrigues. Em protesto contra a presença da oficial da Justiça e a ação da polícia, eles atearam fogo em pneus e madeiras.
A PM informou que precisou reagir, utilizando materiais de menor potencial ofensivo, para acalmar os moradores mais exaltados.
Negociação
A Ocupação William Rosa existe há cerca de três anos e abriga 400 famílias, aproximadamente, em um terreno que pertence à Central de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas).
Na última quarta-feira (22), representantes da comunidade estiveram na Assembleia Legislativa (ALMG) e receberam a promessa do presidente da Casa, deputado Adalclever Lopes (PMDB), de solicitar ao Tribunal de Justiça do Estado a suspensão da ação de reintegração de posse do terreno.
Na mesma data, foram acertadas outras medidas. No próximo dia 28, o deputado federal Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), que acompanhou a reunião na ALMG, vai acompanhar os representantes da ocupação em uma reunião no Ministério das Cidades.
Para 11 de julho, está prevista mesa de negociação entre a CeasaMinas, a Caixa Econômica Federal (CEF), a Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab), a prefeitura de Contagem, dentre outros.