Ilustração: Divulgação
¹Christiane Oliveira
Há algum tempo, os humanos achavam-se donos dos negros. Lhes roubavam os desejos, os sonhos... a liberdade! Em nome de uma máscara de senhores soberanos, sacrificavam suas vidas em dias de trabalho árduo e, aos mais insubordinados, davam o castigo dos açoites e do aprisionamento. Sim, os acorrentavam.
Hoje, a escravidão humana não é permitida, mas, continua-se a acorrentar outras vidas. Qual a diferença entre um escravo, que antes da abolição, tinha seus pés acorrentados, para se submeter aos desejos dos seus “donos” e um cachorro, privado de sua liberdade, pela mesma corrente pesada e incômoda, unicamente para satisfazer a vontade egoísta daquele que deveria, pela Lei dos homens e de Deus, ser seu protetor durante toda uma vida?
Qual a diferença entre o escravo que, naquela época, se obrigava a carregar fardos, por vezes, mais pesados que seu próprio corpo e a rotina estafante de um cavalo que suporta, além do peso, as chibatas, sob um sol escaldante?
Acham-se, os humanos de hoje, senhores soberanos dessas vidas e, embora os tempos sejam outros, não aprenderam nada sobre o amor ao próximo (e o próximo pode ter patas, pelos, escamas ou penas). Acorrentar um animal ou submeter-lhe a trabalho exaustivo é, sim, roubar-lhe a magia da vida! Não seja autor, nem cúmplice desta covardia!
¹Presidente da ONG Cãoapartilhe