Data de publicação: 27-07-2017 19:20:00

Pra melhorar precisamos saber onde e como reclamar

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Samuel Tomaz

O dito popular “rir para não chorar” já deveria ter caído em desuso há muito tempo em Contagem e em todo Brasil.  Isso porque não há motivos para parar de reclamar e muito menos temos motivos para rir diante das crises econômica, moral e ética que atravessamos.

Chorar seria sinal de fraqueza e é justamente isso que nossos governantes querem de nós. Infelizmente, todos aqueles em que votamos e colocamos no poder querem que permaneçamos fracos e impotentes para que eles se tornem cada vez mais fortes e poderosos às nossas custas.

Não adianta nada reclamar do aumento da gasolina, do aumento das passagens do transporte público, do aumento de impostos, das multas e de outras formas de extorsão com vizinhos ou com estranhos na fila do banco.

Indignação

Precisamos reclamar da forma e no lugar certos. Para começar, uma reclamação precisa ser formal e séria. É fácil vermos pessoas reclamando de algo e rindo ao mesmo tempo, principalmente em entrevistas exibidas nos telejornais.

Uma reclamação precisa e deve ser acompanhada de indignação. Não tem nada de engraçado acordar, entrar no ônibus para ir trabalhar, ficar sabendo que a tarifa aumentou e perceber que seu dinheiro não vai ser o suficiente para pagar o transporte até o final do mês.

Quem seria capaz de rir diante de aumentos de impostos municipais como aconteceu no início do ano, com a volta da cobrança do IPTU residencial em Contagem? Você daria uma entrevista rindo e reclamando desse fato trágico? Pois é, tem gente rindo na frente das câmeras e chorando com a cara no travesseiro para ninguém ver.

O povo é chato demais

Certa vez, uma jornalista que ainda trabalha no setor público me disse: “O povo é chato demais, reclama de tudo”. Nesse momento, pensei: como assim? Serei sempre chato quando reclamar de algo que me desagrada? Será que todos os cidadãos que cumprem seus deveres e cobram seus direitos são todos chatos? Prefiro acreditar que somos, no mínimo, incompetentes no momento de reclamar e protestar diante de questões que afetam a vida de todos nós.

Não somos chatos, só temos a mania de reclamar no lugar errado e com as pessoas erradas. Ah! Reclamar no próprio perfil das redes sociais também não adianta nada e pode piorar. Corremos o risco de sermos criticados pelos próprios amigos virtuais com comentários capazes de fazê-lo chorar de raiva, já que as redes sociais estão se tornando um ambiente propício para pessoas sem noção que não têm a mínima solidariedade e espírito coletivo.
 
Ouvidoria

Onde reclamar, então? Pois é, onde? Primeiramente, quando for dar sua opinião em uma entrevista na TV, mostre toda a sua indignação e não ria. Principalmente se o assunto for aumento das passagens dos coletivos ou de impostos, no caso de Contagem, da volta da cobrança do IPTU residencial.

Rir na frente das câmeras falando sobre assuntos sérios é, no mínimo, inadequado para a situação. Já reclamar nas filas aguardando os péssimos serviços públicos oferecidos pode até ajudar a melhorar a qualidade daquele órgão específico. Mas é melhor procurar a coordenação e formalizar a reclamação.

Todos os órgãos públicos possuem o setor “Ouvidoria” e se não têm, deveriam ter. A Prefeitura de Contagem e a Câmara Municipal têm esse setor, que deveria ser amplamente utilizado pelos cidadãos. A ideia é reclamar e cobrar soluções e melhorias. Uma reclamação formalizada tem valor jurídico. Já uma reclamação rindo na televisão só serve para causar mais indignação em quem assiste ao noticiário.

Mobilização

Precisamos praticar a indignação e a mobilização para tentarmos resolver assuntos que realmente afetam a vida de todos nós. Reclamar do time que perdeu e se concentrar em frente ao portão do centro de treinamento para xingar os jogadores não vai fazer baixar os preços das passagens de ônibus nem vai fazer com que o IPTU residencial volte a ser isento.

Precisamos indignar e mobilizar para questões certas e sérias que afetam a vida de todos nós. Precisamos reclamar corretamente, cobrar soluções e melhorias onde as decisões são tomadas. Votar com responsabilidade nas próximas eleições é a solução para muitos dos nossos problemas econômicos, morais e éticos.

Crime contra o bem comum

Não se esqueça: comprar e vender votos são crimes! Quem vende o voto ou troca por benefícios individuais está roubando a possibilidade de toda a comunidade ser beneficiada.

Se você vende seu voto, o vereador que comprou o vende para o prefeito, para os deputados e senadores, que vendem seus votos para o presidente continuar no poder. Esse filme nada engraçado ainda está em curso e só vai terminar bem se você não vender seu voto e votar com responsabilidade.

Isso é: não votar em compradores de votos e cobrar ações coletivas daquele em quem votou. Votar e nunca esquecer em quem votou pode ajudá-lo a saber onde e com quem reclamar.

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