O ano de 2009 começou com novidades e uma das mais polêmicas foi a Reforma Ortográfica, estabelecida com o intuito de padronizar a escrita da língua portuguesa nos cinco países que falam o idioma.
De um lado, há os que defendem a mudança, alegando que será positiva, inclusive economicamente, pois os países subdesenvolvidos terão a oportunidade de serem inseridos nas comunidades desenvolvidas, ao contrário de antes, quando muitas publicações deixavam de circular porque dependiam de “tradução”.
Além disso, a padronização do português também possibilita o estabelecimento da língua como um dos idiomas oficias da ONU, o que não era possível na época em que havia duas grafias.
De outro lado, estão aqueles que discordam da reforma e se revoltam com a imposição de um padrão de linguagem entre países tão distintos, que só compartilham a origem da língua que falam. A começar pelos continentes em que estão localizados, passando pela cultura de cada um até chegar ao vocabulário, repleto de palavras diferentes.
Fica a dúvida: que padronização é essa que não leva em consideração todas as diferenças? Como um país como o Brasil, rico em diversidades (raciais, religiosas, culturais etc.), pode adotar a mesma ortografia de Portugal? Eles gostam de fado e nós, de samba.
Como a mudança pode ser favorável à economia se todos os livros (didáticos e literários) terão que ser impressos novamente? Se nossas publicações precisam ganhar “versões” para serem compreendidas nos outros países que falam português, é porque as diferenças não são apenas ortográficas e não parece coerente a tentativa de igualar aquilo que não tem porque ser igual.
Iêva Tatiana