Ministro Carlos Ayres Britto, relator do caso
Sete de abril, Dia do Jornalismo. Neste ano, pouco temos a comemorar, em função do julgamento da Lei de Imprensa, que será retomado no próximo dia 22, e do recurso que acaba com a exigência do diploma para o exercício da profissão.
O futuro do jornalismo está nas mãos de autoridades que, muito provavelmente, não fazem nem ideia do quanto a decisão que lhes cabe pode afetar a relação da imprensa com a sociedade e quais consequências essas mudanças podem trazer.
Ao que tudo indica, a obrigatoriedade do diploma deve cair, já que seis dos onze ministros que formam o Supremo já manifestaram-se, de alguma forma, contra essa posição.
Se esse for mesmo o rumo tomado, teremos comunicólogos competindo com pessoas que escrevem sem técnica, conceitos, e muito menos ética, comum aos bons profissionais da comunicação.
Se o jornalista não precisar ter diploma para exercer sua profissão, o mesmo pode acontecer com as demais profissões, médicos, advogados, dentistas, engenheiros e outros. Se alguma pessoa é pega exercendo essas profissões sem diploma, são presos e processados. Por que isso não acontece com os não-jornalistas?
A prática nunca substituirá a formação acadêmica. O profissional do jornalismo tem a missão social de informar, com isenção e imparcialidade, a verdade, baseando-se em fatos concretos, relatados pelos próprios personagens envolvidos em cada história.
Ser jornalista não é ser escritor. Escrever bem é obrigação de qualquer profissional, de qualquer área de atuação. Ser jornalista é muito mais que escrever, principalmente com a utilização dos recursos multimídias.
Jornal impresso, rádio, TV, internet, cada um desses veículos exige um profissional específico. Jornalismo é um trabalho que deve ser feito por profissionais da comunicação, formados para essa função. Respeito é bom e faz parte da formação ética de cada profissional.