Data de publicação: 30-07-2020 17:32:00

Não viva a opinião dos outros

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
Rui Miguel*
 
Aprenda uma coisa com a vida: independentemente de como você aja ou faça, sempre – eu digo: sempre – existirão pessoas que vão falar mal de você e criticá-lo por certas atitudes. No fim, você verá que não agradou ninguém e muito menos fez aquilo que gostaria de fazer.
 
Conhece a história do menino, do velho e do burro? Para quem não conhece, vou contar.
 
Um velho resolveu vender o burro na feira da cidade. Como ia voltar andando, chamou o neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem. Ao passarem por umas barracas de escoteiros, escutaram comentários críticos: “Como é que pode ter duas pessoas em cima desse pobre animal?!”.
 
Resolveram, então, que o menino desceria e o velho permaneceria montado. Prosseguiram. Mais à frente, havia uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupas. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar: “Que absurdo! Explorando a pobre criança enquanto poderia deixá-la em cima do animal”. Neto e avô trocaram de lugar.
 
Na sequência, algumas jovens sentadas na calçada externaram seu espanto com o que presenciavam: “Que menino preguiçoso! Enquanto o velho caminha, ele fica todo prazeroso em cima do animal. Tenha vergonha!”.
 
Diante disso, o menino desceu e, dessa vez, o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro.
 
Já acreditavam ter encontrado a forma mais correta quando passaram em frente a um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena: “São mesmo uns idiotas! Ficam andando a pé enquanto puxam um animal tão jovem e forte!”.
 
O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir. Então, ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas!
 
Além de divertida, essa fábula mostra que não podemos dedicar atenção irracional às críticas, pois elas acontecerão sempre, independentemente da maneira com que procurarmos agir. Sempre vai haver alguém falando mal.
 
Muitas vezes, vejo pessoas que fazem a vida na internet – e ganham dinheiro com a exposição – deprimidas, tristes, contristadas e revoltadas por causa de uma crítica impiedosa que receberam em um comentário nas redes sociais. Mesmo que a proporção seja de um comentário ruim para 1.000 elogios. A pessoa foca naquilo, no comentário maldoso, e não aceita.
 
É que nós, seres egocêntricos, temos que agradar a todos. Não, melhor dizendo: queremos que todos nos venerem e nos aceitem do jeito que somos e não suportamos receber críticas ou saber que alguém não concorda ou não aceita o que falamos. Queremos que todos aprovem o que fazemos. Mas, amigos, isso nunca vai acontecer.
 
Então, não viva a vida de outros, não pratique atos que os outros querem que você pratique, não tenha uma personalidade fraca, infeliz e inconstante apenas para ser aceito por pessoas que você não conhece.
 
Não deixe que pessoas que você nunca viu e que não fazem parte da sua vida digam o que você deve ou não deve fazer. Não deixe que uma pessoa desconhecida acabe com o seu dia por causa de um comentário. É ridículo. Esse desconhecido estará conseguindo moldar a sua mente sem ao menos te conhecer.
 
Faça tudo que você achar certo e que será benéfico para você, e não deixe que pessoas ou comentários depreciativos o incomodem. Porque sempre, em todas as escolhas que você fizer na sua vida, em todas as decisões, em todos os rumos que tiver que tomar, vai haver pessoas que te criticarão.
 
Isso é certo e inevitável. Acostume-se. Mantenha o foco e saiba que quando você toma decisões baseadas na opinião dos outros, é você quem paga pelas consequências, e não eles, porque apenas você vive a sua vida.
 
Siga o seu caminho e não deixe as críticas te frearem. Use-as como um empuxo para te dar forças para concluir de maneira certa seus objetivos. Se vivermos em prol dos outros, nossa felicidade dependerá da aprovação de alguém, e você nunca será verdadeiramente feliz, pois a crítica e o conselho sempre serão uma forma de nostalgia fracassada de outrem que você insiste em repetir.
 
Viva a sua vida e mantenha o foco no que é mais importante para você.
 
--
 
*Rui Miguel cresceu em Contagem. É formado em engenharia de rede de computadores e especialista Microsoft. Tímido e paradoxalmente extrovertido. Misterioso e intrigante, mas com um senso de humor incrivelmente inteligente e sarcástico. Em 2007, teve os primeiros sintomas do Parkinson e, depois de seis meses, o diagnóstico foi confirmado. É autor do livro “Entrando no parkinson de diversões” e, em 2017, foi nomeado comendador e profissional do ano com o blog que fala sobre “como viver a vida e não apenas sobreviver” (www.ruimiguel.com.br). Também possui um canal no YouTube onde trata do mesmo assunto.
 
(O conteúdo dos artigos publicados pelo Diário de Contagem é de responsabilidade dos respectivos autores e não expressa a opinião do jornal.)
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