Data de publicação: 18-08-2020 12:45:00

Energia elétrica é cara ou muito cara para 84% dos brasileiros

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
AGÊNCIA BRASIL
 
Oitenta e quatro por cento dos brasileiros entrevistados pelo Ibope e pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) consideram a energia elétrica cara ou muito cara. Para a Abraceel, o valor pago pelos consumidores tem se tornado mais evidente nas despesas das famílias, já que as pessoas que consideravam o preço caro ou muito caro em 2014 – primeiro ano de realização da pesquisa – chegavam a 67%. A pesquisa ouviu 2.000 pessoas em todas as regiões do país entre 24 de março e 1º de abril.
 
Considerando os dados deste ano, 55% dos entrevistados afirmaram que o alto preço é causado pelos impostos e 28%, pela falta de concorrência no setor. “Hoje, a energia elétrica é um dos serviços mais taxados, por uma razão muito simples: os governos estaduais têm muita facilidade em arrecadar imposto por meio da conta de luz, então, incidem diversos impostos – federais, estaduais – e o consumidor percebe que a energia é cara devido aos muitos tributos”, disse o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros.
 
Ele lembra que os valores dos impostos estão descritos em cada conta, para que o consumidor possa consultar. Segundo Medeiros, além desses dois fatores apontados pelos entrevistados, outro motivo atrelado ao alto preço das contas são os subsídios cruzados, que, conforme ele explica, “é o que um consumidor paga pelo outro”. Ele citou dois exemplos em que os mais pobres pagam pelos mais ricos: subsídios para o agronegócio – devido aos subsídios para áreas rurais – e para aqueles que instalam painéis fotovoltaicos.
 
“Há consumidor rural que tem desconto de 90% na irrigação durante a madrugada, isso é um subsídio que alguém paga. Há muitos subsídios cruzados. Agora, está se colocando muito painel fotovoltaico, quem coloca principalmente é quem tem dinheiro para instalar. Quando ele instala o painel, há uma série de benefícios que a rede elétrica traz para ele, que é, por exemplo, regularizar energia”, disse.
 
Essa regularização diz respeito ao fornecimento de energia elétrica durante a noite, quando não há energia solar para garantir a demanda. “Isso é um benefício que a rede elétrica traz, mas, hoje, ele não paga nada. Quem paga esse subsídio para o consumidor mais rico é aquele que não instalou um painel fotovoltaico”.
 
Mercado livre
 
Em 80% dos casos, os entrevistados gostariam de escolher a operadora de energia elétrica, enquanto em 2014 esse percentual era de 66%. A Abraceel defende o modelo do mercado livre, em que o consumidor possa escolher a fornecedora de energia, e considera que essa é uma forma de tornar o setor mais competitivo.
 
O estudo apresenta dados sobre possível mudança do mercado cativo de energia – atual sistema no qual o consumidor compra energia da distribuidora – para o mercado livre – quando ele tem a possibilidade de escolher quem será a fornecedora de energia: 63% trocariam de fornecedor de energia caso a medida fosse implementada no país; em 2014, esse percentual era de 57%, e, no ano passado, chegou a 68%.
 
Para a maioria das pessoas entrevistadas (64%), o principal motivo para a decisão de troca da empresa continua sendo o preço, conforme os dados deste ano. No ano passado, o preço também foi o principal motivo para 68% dos entrevistados.
 
Energia limpa
 
Outro resultado que mostra o perfil do consumidor de energia é que 17% escolheriam a operadora com base em uma geração de energia mais limpa. Esses eram 13% em 2017, primeiro ano em que a pergunta entrou na pesquisa. No ano passado, eram 15%.
 
Questionados se gostariam de gerar a própria energia em casa, 90% dos entrevistados disseram que sim – o número é 13 pontos percentuais maior do que o de 2014.
 
Segundo a Abraceel, o interesse em trocar de empresa, caso a medida de mercado livre seja implantada no Brasil, assim como o interesse em gerar energia elétrica em casa, crescem à medida que aumentam a renda familiar e a escolaridade dos entrevistados.
 
Apenas 39% dos entrevistados estão dispostos a pagar um preço maior na conta de luz para incentivar a geração de energia em outras residências brasileiras. Segundo avalia a associação, como a população considera o preço da energia elevado, uma parcela significativa não se mostra disposta a pagar um preço ainda mais alto na conta de luz para incentivar a geração de energia elétrica em outras residências.
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