Há muito tempo, as eleições em Contagem deixaram de ser uma festa da democracia, se é que já foram um dia. Muita bagunça e desrespeito às leis bem aos olhos das autoridades.
A sujeira deixada nas ruas provocada pelos candidatos “sujões” indignou os cidadãos mais conscientes. A grande quantidade de papéis na entrada das seções eleitorais colocou em risco os eleitores e muitos escorregaram nos “santinhos”. A sorte foi que choveu.
A boca de urna também aconteceu em toda Contagem. Digamos que as zonas eleitorais viraram uma “balbúrdia”. A Lei Seca foi totalmente desrespeitada e os cabos eleitorais pediam votos sem constrangimentos.
A Polícia Militar e a Guarda Civil foram acionadas, mas, quando iam fiscalizar, os ratos corriam para becos e esgotos. Poucos carros e fiscais da Justiça Eleitoral foram vistos pela cidade. Até candidatos fizeram plantão em frente a locais de votação para cobrarem os votos previamente combinados.
O fato é que a compra de votos em Contagem novamente interferiu nas eleições para vereadores e prefeito. Vereadores com mandatos seguem fortalecendo os currais eleitorais por meio do assistencialismo das associações e das ONGs mantidas com dinheiro público. Candidatos contratam centenas de cabos eleitorais, aproveitando-se da fragilidade do povo sem emprego e sem renda para apoderarem-se dos votos de toda a família.
Conclusão: 12 vereadores foram reeleitos, dois filhos de ex-vereadores e um ex-prefeito também conseguiram se manter e/ou voltar ao Legislativo. Somente cinco vereadores vão exercer o primeiro mandato.
Vale ressaltar que dois vereadores de Contagem têm, juntos, mais de 60 anos de Câmara Municipal. Um vereador tem curral eleitoral formado por deficientes físicos e idosos. O outro oferece vários serviços aos eleitores, inclusive remédios que muitas vezes nem são encontrados nas farmácias da prefeitura. Tudo isso acontece sem que o Ministério Público (MP) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) fiscalizem.
Esse é um resumo do cenário político de Contagem. Somente são eleitos ou reeleitos aqueles que praticam o assistencialismo e negociam votos. Os cidadãos que se candidatam de forma limpa e honesta não têm a mínima chance de ocupar uma cadeira no Legislativo contagense.
A pergunta é: até quando essa “balbúrdia” vai continuar acontecendo em Contagem? O segundo maior colégio eleitoral de Minas Gerais segue abandonado pelo MP e pelo TRE-MG.