Data de publicação: 04-06-2024 23:50:00 - Última alteração: 05-06-2024 00:07:55

Famílias assentadas em Contagem, reclamam da insegurança, das taxas e dos defeitos estruturais

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Fotos: Divulgação

O último episódio de falta de segurança aconteceu em 30 de abril, quando um homem de 38 anos foi preso, no condomínio “Minha Casa Minha Vida”, no bairro Icaivera, após ameaçar adolescente, matar uma cadela e atirar em vizinho.
 
Tiroteio

Segundo os moradores, o homem preso, suspeito de atirar no vizinho, teria se incomodado com um menino de 12 anos, que supostamente teria batido na porta do apartamento dele. O suspeito teria apontado uma arma para o adolescente e ameaçado atirar. Mas a mãe do rapaz negou e afirmou que o filho não bateu na porta do vizinho, que mora ao lado.


De acordo com o boletim de ocorrência, o homem disparou 14 vezes, matou uma cadela e atingiu no peito um morador do prédio que tentou intervir. O morador baleado foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento - UPA de Nova Contagem e não corre risco de morte.

O atirador que tentou fugir, foi preso ainda no bairro pela PMMG. Ele negou os crimes e alegou que teria sido atacado por homens armados. A Polícia Civil - PCMG informou que o homem foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e permanece à disposição da Justiça.

A quantidade de tiros disparados perto de crianças e adolescentes amedrontaram os moradores que reclamam da insegurança e do abandono do poder público municipal que intermediou o assentamento das famílias.


Povo fala

Os moradores do condomínio Icaivera I e II, construídos pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, relatam a frustração das famílias. 

"Estamos abandonados nesse lugar, sem segurança nenhuma. Um cara atirou no meio de crianças e moradores idosos. Estamos com muito medo. Queremos segurança. Os tiros atravessaram a porta e pegaram dentro de casa, na geladeira. Havia uma criança de 8 anos em casa e por pouco não foi baleada", contou.

Os moradores enfrentam ainda, dificuldades financeiras devido às altas taxas de condomínio cobradas. 

“A maioria das famílias são oriundas de ocupações, são beneficiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, dependem exclusivamente do programa Bolsa Família e não conseguem arcar com as taxas de condomínios que são impostas”, explicam. 

Os moradores reclamam também  que os apartamentos apresentam defeitos de construção, rachaduras e pisos desprendendo. Existem também problemas de drenagem que deixam áreas comuns alagadas.


Problemas diversos

Assustados, os moradores denunciam a falta de segurança, os defeitos estruturais das unidades residenciais e das áreas comuns do condomínio, das ameaças de traficantes e dos altos valores das taxas de condomínio.

Segundo os moradores, que, por segurança ou a falta dela, não quiseram se identificar, os traficantes da região tentam dominar o residencial e as famílias que sairam de ocupações irregulares e foram assentadas no condomínio.

Quanto aos valores dos condomínios,  a empresa responsável, LLZ Garantidora, também ameaça processar os moradores inadimplentes, bloquear contas bancárias e tomar apartamentos das famílias. Situações que tem gerado medo e revolta entre os moradores. 

Ainda segundo os moradores, o Programa Minha Casa, Minha Vida do bairro Iacaivera, transformou o sonho da casa própria em pesadelo.

A Prefeitura de Contagem e a Polícia Militar de Minas Gerais foram chamadas a tomar providências capazes de garantir a segurança e os direitos dos residentes. A PM não se manifestou.

A Prefeitura de Contagem respondeu em nota:

Os residenciais Icaivera I e II foram propostas da iniciativa privada contratadas junto à Caixa Econômica Federal no ano de 2018, enquadradas no Programa Minha Casa, Minha Vida com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (PMCMV–FAR).  

Por se tratar de um residencial privativo, organizado em condomínio, a Prefeitura não influencia nas decisões, bem como nas contratações das empresas de administração condominial. 

Oferece, apenas, aos moradores as orientações necessárias para garantia de seus direitos por meio de um trabalho técnico social, uma vez que todas as deliberações e regras de convivência devem ser decididas pela coletividade e em assembleias.

Em relação às questões construtivas, a Prefeitura realiza vistorias nas áreas comuns, quando solicitadas, no entanto, por se tratarem de áreas privadas e executadas pelo PMCMV, o ente responsável pela fiscalização da construção é a CAIXA e a construtora pelos consertos. 

À Prefeitura coube apenas, durante a entrega dos residênciais no início de 2023, a seleção, indicação e acompanhamento das famílias beneficiadas.  

Quanto à segurança, a responsabilidade é da Polícia Militar de Minas Gerais. A Guarda Civil de Contagem é responsável pela segurança do Patrimônio Público Municipal.


Famílias abandonadas

Enquanto os poderes públicos se esquivam da responsabilidade, às famílias continuam abandonadas a própria sorte, sendo ameaçadas por traficantes e pela LLZ Garantidora, empresa que cobra taxas, mas não garante o bem estar dos moradores.
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