Data de publicação: 18-02-2015 00:00:00

Ninguém merece quarta de cinzas

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Charge: Paulo Werner
Pegando um gancho com o meu amigo jornalista, chargista e ufólogo, Paulo Baraky Werner, na quarta-feira de cinzas é preciso curar a ressaca, se livrar das indumentárias carnavalescas, voltar pra casa e cair na real.

Para as pessoas responsáveis o problema não é voltar para o trabalho, para o estudo ou para os afazeres domésticos. O grande problema é cair na realidade nua e crua dos altos impostos, da falta de comprometimento do poder público e da falta dos todos os serviços públicos que pagamos e não recebemos. Realmente, somos palhaços!

Vivemos num país de dimensões continentais onde encontramos todos os tipos de desrespeito para com o próximo. Ninguém merece ver pessoas, crianças e idosos vivendo sem água, sem saneamento, sem elegia elétrica, sem nada.

Ninguém merece, na quarta-feira de cinzas, após a alegria do Carnaval, ter um choque de realidade em um semáforo quando um rapaz de vinte e poucos anos se aproxima e pede moedas para almoçar no restaurante popular (R$2,00);

Contrastes

Enquanto isso políticos esbanjam em altos jantares, em altas viagens acompanhados de suas comitivas (amiguinhos), tudo custeado pelas verbas indenizatórias. Dinheiro das repartições públicas dos poderes executivo, legislativo e 
judiciários, municipais, estaduais e federais. Dinheiro do povo pagando as mordomias dos bacanas.

Absurdo

Ninguém merece pagar mais de R$3,00 pelo litro de uma gasolina ruim, misturada com álcool e outras fraudes, enquanto os políticos andam de carros oficiais, as nossas custas;

Ninguém merece chegar em casa depois de uma viagem cansativa e encontrar sua casa arrombada, saqueada por bandidos que nunca serão encontrados. Não temos o mínimo de segurança e ainda há casos que os mesmos que deveriam fazer a nossa segurança fazem parte das gangues que assaltam e matam. Quem merece conivência?

Passividade 

Ninguém merecer viver num país onde tudo é mau feito e ofertado pelas metades. Mesmo assim o povo aceita, porque não tem noção, não tem parâmetro e realmente conhece bom ou ótimo. A maioria morre tentando conseguir o mínimo necessário para sobreviver e vivem em péssimas condições.

Extorsão 

Pagamos caro por serviços públicos que não recebemos. Pagamos pela gasolina mais cara da América Latina. Pagamos os maiores impostos do mundo. Os carros produzidos no Brasil são os mais caros e vendidos financiados com as maiores taxas de juros do mundo.

Somos roubados a todo instante, sabemos quem são os ladrões, mas temos medo de afrontá-los. Fomos condicionados para seremos cordeirinhos para depois sermos manipulados por seres aparentemente simpáticos, mas que na verdade praticam a política do medo. Tornam-se influentes e poderosos para amedrontar os mais fracos, principalmente os eleitores.

Ditadura

Vivemos uma democracia com resquícios de ditadura, onde a polícia está presente para oprimir, não proteger o cidadão. Onde a educação, cultura e até a saúde não é colocada ao alcance das pessoas. Somos obrigados a votar e ameaçados em rede nacional para isso.

O poder do povo

Somente quando o povo descobrir que o poder de mudar as coisas está em suas próprias mãos, pernas e principalmente vozes, seremos capazes de nos mobilizar e exigir os nossos direitos fundamentais para melhorar a vida de cada um.

Ninguém merece tanta realidade no primeiro dia do ano depois do Carnaval. Ninguém merece a quarta-feira de cinza!

Robson Rodrigues
Jornalista-Editor
Comentários

Charge


Flagrante


Boca no Trombone


Guia Comercial


Enquetes


Previsão do Tempo


Siga-nos:

Endereço: Av. Cardeal Eugênio Pacelli, 1996, Cidade Industrial
Contagem / MG - CEP: 32210-003
Telefone: (31) 2559-3888
E-mail: redacao@diariodecontagem.com.br