Data de publicação: 06-05-2007 00:00:00

Sociedade e poder público se unem em defesa dos animais.

Lava Jato Dias

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Foi realizada sexta-feira, 20.04, na Secretaria de Saúde de Contagem a primeira reunião para se criar uma comissão que pretende defender os animais domésticos do município.O objetivo é nobre, mostrar a população que cães e gatos também são vidas humanas.

Além de conscientizar, a comissão a ser formada acompanhará a construção da CCZ – Centro de Controle de Zoonozes de Contagem. Segundo Maria Tereza Zanata Coutinho, Diretora da Zoonoses, o projeto já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e o prédio do novo CCZ ficará pronto em junho de 2008.

“A intenção não é recolher todos os animais soltos nas ruas de imediato, pois, isso ainda não pode ser feito devido a nossa atual falta de estrutura. Precisamos ter primeiro um programa básico que tenha condições de castrar os animais para evitar que eles procriem pelas ruas”, ressalta a Diretora da Zoonozes.

Maria Tereza Zanata disse que apesar das modificações realizadas no projeto exigidas pelo Ministério da Saúde, o novo CCZ terá um centro cirúrgico para fazer as castrações. “Enquanto o prédio do Centro de Controle de Zoonozes não fica pronto, vamos fazer um trabalho de conscientização através de uma campanha de “Posse Responsável” dentro das escolas usando cartilhas juntamente com a campanha anti-rábica”, explica.

A diretora acredita que levará cerca de dois anos para castrar os animais da cidade se for realizada uma média de 70 a 80 cirurgias diariamente. Maria Tereza disse também que se deve levar em consideração a aceitação e a colaboração dos criadores.

Ana Mazini, representante da ONG Animais Urbanos do Brasil, sugeriu que a mesma equipe que faz o controle da dengue faça o trabalho de conscientização dos criadores de animais domésticos. Ana apresentou o programa usado em Belo Horizonte para orientar a nova comissão que está sendo formada em Contagem.

”Uma Questão de Ética”.

“Fomos nós que trouxemos os animais para conviverem conosco e agora não podemos desprezá-los. São seres vivos que sentem, tem suas emoções e necessidades. Precisamos ter um olhar mais afetivo para com os animais. Com o crescimento das cidades a convivência entre o homem e os animais ficou ameaçada, daí, os abandonos por causa de pequenas doenças de pele, viagens ou mudança de domicílio. Muitos criadores abandonam seus cães nas ruas porque os filhotes cresceram demais e se tornaram um incomodo para as famílias”, relata Ana Mazini.

Conseqüências dos abandonos:

Maus tratos, fome, sede, frio, os animais são agredidos a pauladas, pedradas e a maioria morrem atropelados ou doentes pelas ruas. Uma cadela pode gerar 67 mil cães direta e indiretamente. É fato que todo animal solto pelas ruas é proveniente de alguma casa. A origem do problema vem das casas dos criadores mal orientados. A ONG – Organização Mundial da Saúde considera que a captura e extermínio de cães e gatos é ineficaz e é caro para os governantes.

“É impossível exterminar todos os cães abandonados porque a procriação é bem maior. A solução passa pela conscientização dos criadores para que eles não abandonem seus animais. Os cães semi domiciliados, isto é, que possuem um protetor que lhe oferece um lugar para dormir, são bem comuns nos grandes centos urbanos. Mas essa atitude acaba contribuindo para a proliferação”, explica Ana Mazini.

Ana disse que a prefeitura de BH destina 14 milhões anuais para ser aplicado nas zoonoses da capital e que muito tem sido feito. “Conseguimos acabar com o extermínio de cães pelas câmaras de gás e estamos caminhando para a adoção da microchipagem para identificar os donos irresponsáveis pelos seus cães. Um cão consegue sobreviver abandonado nas ruas no máximo por dois anos e a castração da população animal deve ser no mínimo de 25 % do total ao ano para que a ação tenha êxito. Podemos dizer que hoje temos um bom relacionamento com a prefeitura de BH.”.

A sensibilização da comunidade deveria ser feita pelos veterinários, Ongs, poder público e principalmente pelos próprios criadores conscientes do problema. A responsabilidade do controle das zoonozes é da prefeitura e essa tarefa não pode ser deixada somente para as Ongs.

Maria Amélia Souza Cruz, Conselheira Municipal da Saúde de BH disse que o processo de defesa dos animais a ser feito em Contagem vai ser tranqüilo por que existe vontade política do poder público da cidade. “Em BH foi bem mais difícil no início do nosso trabalho. Agora temos leis e precisamos lutar para que elas sejam cumpridas”, enfatiza Maria Amélia que propôs que seja constituída uma comissão e uma sub-comissão quem mantenha um contato permanente com a Secretaria de Saúde.

A reunião esclareceu os objetivos da nova comissão que está se formanda. Participaram desta primeira reunião a Tia Cacilda, gerente do Csu do Bairro Amazonas, o Capitão da PM da 132ª Cia sediada no Csu do Bairro Amazonas, Francisco Alves Guimarães da Vigilância Ambiental, Daniela Rodrigues, tatuadora e protetora dos animais, Ana Mazini da Animais Urbanos do Brasil, Maria Tereza Zanata, Diretora da Zoonoses de Contagem, Maria Amélia Souza Costa do Conselho Municipal de Saúde de BH, Ione Torquato da Animais Urbanos do Brasil, Elba Lieze, bióloga, Nerice Cristina, médica veterinária, Kátia Maria Ribeiros, pedagoga. Isabela, gerente de vigilância epidemiológica, Rosaly Fátima Oliveira, enfermeira, Denise Menin Santos da Ong Cão Viver e o jornalista do Jornal Diário de Contagem Online, Robson Rodrigues Moreira, idealizador da festa realizada todos os anos na Praça Nossa Senhora da Glória, no Eldorado, “Cãominhada Solidária de Contagem”.

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