Foto: Divulgação/gremiodoprata
A decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) foi informada nessa quarta-feira (3), após o parecer ser definido de forma unânime pelos cinco auditores do caso, em julgamento realizado ontem no Rio de Janeiro.
Além da exclusão na Copa do Brasil, o Grêmio será multado em R$ 54 mil - dos quais R$ 50 mil são referentes ao caso de injúria racial, R$ 2 mil a um rolo de papel higiênico arremessado em direção ao gramado e R$ 2 mil ao atraso da equipe para entrar em campo. O Tricolar irá recorrer da decisão.
O juiz da partida, Wilton Pereira Sampaio, foi suspenso por 90 dias e multado em R$ 1.600 por não ter incluído na primeira versão da súmula do jogo a reclamação de Aranha, tendo colocado apenas em um adendo, posterior ao final da partida, quando tomou conhecimento do fato por imagens da televisão.
Os dois auxiliares e o quarto árbitro foram suspensos por 60 dias e multados em R$ 1.000. Já os torcedores identificados pelos atos de racismo estão proibidos de frequentar estádios por 720 dias.
Entenda o caso
O caso de racismo contra Aranha, goleiro do Santos, aconteceu no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, que foi realizado no dia 28 de agosto no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil.
Aos 42 minutos do segundo tempo, Aranha chegou a reclamar com o árbitro Wilton Pereira Sampaio de que a torcida do Grêmio estaria xingando ele com palavras de racismo. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.
Após o jogo, Aranha estava bastante revoltado e denunciou o ato à imprensa. Ele afirmou que a torcida utilizou as expressões: “preto fedido”, “cambada de preto” e “macaco”. No dia seguinte, o goleiro registrou boletim de ocorrência em Porto Alegre.
No dia 29, o procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, apresentou a denúncia ao tribunal a partir de imagens disponibilizadas por emissoras de TV. No mesmo dia, o Grêmio repudiou o ato de racismo ocorrido durante o jogo e identificou dez torcedores suspeitos de cometerem atos racistas, sendo excluídos dois sócios do clube.
Mas no domingo (31), no jogo contra o Bahia pelo Brasileirão, parte da torcida gremista continuou gritando palavras racistas. Na segunda, a diretoria do Grêmio tomou novas medidas para combater o racismo, suspendendo a torcida organizada Geral e se dispondo a continuar identificando torcedores preconceituosos.
Nessa terça-feira (2), dois torcedores identificados prestaram depoimento para a Polícia Civil de Porto Alegre sobre o inquérito de racismo contra Aranha. Nos próximos dias, outros torcedores gremistas também devem comparecer a delegacia.
