Data de publicação: 28-11-2012 00:00:00

Caso Eliza Samudio coloca Contagem na mídia

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

Fotos: Cristiane Mattos

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Por Robson Rodrigues

A cidade de Contagem esteve no foco da mídia do Brasil e do mundo com o julgamento iniciado no último dia 19, do goleiro Bruno Fernandes, sua ex-esposa, Dayanne Rodrigues do Carmo, a ex-namorada Fernanda Gomes de Castro, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (Bola) e o braço direito do jogador, Luiz Henrique Romão (Macarrão), acusados de participar do desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio e de sequestrar o filho com quem a jovem teve com o goleiro.

Eliza desapareceu em junho de 2010, e o corpo dela nunca foi encontrado. O bebê de Eliza foi encontrado pela polícia em uma casa em Ribeirão das Neves, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 15 dias após o sumiço da modelo.

A princípio os cinco réus seriam sentenciados, mas após vários desdobramentos da defesa, foram julgados apenas Macarrão e Fernanda. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, começou a ler a sentença dos dois réus ás 23h50 da noite dessa sexta feira, com o reconhecimento da culpabilidade de ambos.

Macarrão teve a condenação total de 15 anos, sendo 12 em regime fechado por homicídio triplamente qualificado e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado de Elisa e do filho Bruninho. O réu que já cumpri a pena na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde já está preso há dois anos e quatro meses, foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Já Fernanda, pegou cinco anos em regime semiaberto, e poderá pedir recurso. Em março, voltam ao tribunal do júri o goleiro Bruno Fernandes, a ex-mulher dele, Dayane, e Marcos Aparecido, o Bola.

Cinco dias para o veredito final

O julgamento começou na segunda-feira, 19 de novembro, e desde então um grande aparato das TVs, rádios, jornais e portais de notícias, se instalou em frente do Fórum de Contagem. A rua foi interditada e o acesso ficou restrito.

Protestos

Com a presença da imprensa, diversas pessoas permaneceram no local para fazer algum tipo de protesto. Concentrações sociais, pessoas de várias cidades e até Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra (MST), compareceram na porta do fórum. André Luiz dos Santos, 51 anos, casado, três filhos, natural de Viçosa, Minas Gerais, ficou amarrado por três dias a uma cruz cheia de imagens dos personagens do caso. O empresário disse que viaja pelo mundo pedindo justiça e rigor nos julgamentos de grande repercussão. A União Brasileira de Mulheres, também se manifestou pedindo justiça e um julgamento responsável.

1º dia do julgamento

A sessão teve início por volta das 12h00, três horas depois do horário previsto. Houve discussão entre os advogados Ércio Quaresma e Rui Pimenta, e a juíza Marixa Rodrigues teve que intervir. A defesa de Marcos Aparecido, liderando pelo advogado Ercio Quaresma, questiona a juíza sobre o tempo de 20 minutos, determinado pela magistrada para defesa e acusação, considerado insuficiente pelo advogado. Os advogados discutem e abandonam o plenário. A juíza propõe ao réu uma defensoria publica que não concorda. Com isso, o ex-policial, M.A. S é desmembrado do julgamento. O réu volta para a penitenciaria.

A primeira testemunha de acusação foi ouvida somente às 17h. Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista de Bruno, declara que não prestou qualquer serviço para o jogador. Ele foi ouvido três vezes em 2010.

2º dia de julgamento

A terça-feira (20) foi marcada por mais uma troca de advogados. O goleiro Bruno destitui o advogado Rui Pimenta, seu principal defensor, substituído depois por Francisco Simim.  “Parece que o Bruno pretende mudar a estratégia de defesa e me pediu para afastar do caso. É assim, agente faz o que o cliente pede sem questionar, mas fui surpreendido”, finaliza.

José Arteiro Cavalcante Lima, advogado da família de Eliza disse que Bruno não ágil inteligentemente ao dispensar Pimenta. “O advogado mais indicado para defender Bruno é o Rui. Mas estou preparado para enfrentar o Rui ou qualquer outro advogado”.

Sem defesa, a juíza Marixa Rodrigues muda a data do julgamento de Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues e Marcos Aparecido dos Santos para 4 de março de 2013, às 9 horas. A magistrada alega dificuldade de compor o Conselho de Sentença em janeiro, por causa do período de férias e em fevereiro por causa do Carnaval. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes continuam a serem julgados.

3º dia do julgamento

Na quarta-feira (21), Lúcio Adolfo da Silva, o novo advogado constituído pelo goleiro Bruno, comparece no tribunal, pede tempo para conhecer o processo e solicita o desmembramento do processo. A juíza concede prazo e determina a separação dos julgamentos, mesmo depois do promotor Henry Vasconcelos protestar e dizer que tudo não passa de manobra da defesa.

Após determinação da juíza, Bruno deixa o plenário juntamente com os demais advogados dos réus cujo julgamento fora adiado. A partir daí, todos pensavam que Macarrão iria assumir o assassinato para proteger o amigo Bruno.

Mas não é o que acontece, Macarrão declara que foi Bruno Fernandes quem mandou matar Elisa Samudio. Ele afirma que só levou a moça e a entregou a um homem desconhecido que estava em um pálio preto. Macarrão diz que ainda pediu para o amigo deixar Elisa em paz, mas Bruno teria digo que deixasse com ele.

Macarrão continua revelando e diz que teria conhecido Bola somente na penitenciária. Mas não é o que as cinco ligações telefônicas entre eles revelam. O promotor Henry Vasconcelos diz que Macarrão é coautor e coarticulador do crime.

4º dia do julgamento

Na quinta-feira (22), Macarrão se defende dizendo que não é o monstro que todos pensam e que está aliviado por contar o que guardara por mais de dois anos. “Se há alguém que acabou com a vida foi o Bruno, ele acabou com a minha vida”, disse.

As suspeitas se confirmaram, a troca de advogados era mesmo uma estratégia da defesa para desmembrar os julgamentos para todos os acusados serem julgados separadamente. A grande surpresa teria sido as declarações feitas por Macarrão acusando o ex-amigo Bruno.

5º dia do julgamento

O último dia de julgamento (23) foi decisivo para os réus. \"Macarrão\" é condenado a 20 anos de prisão por homicídio e três por sequestro, mas com o atenuante pela confissão sua pena foi fixada em 15 anos, sendo 12 em regime fechado e três no semiaberto.

Já Fernanda Castro foi condenada há três anos pelo sequestro de Eliza e dois pelo de Bruniu, totalizando cinco anos, em regime aberto.

A juíza Marixa Fabiane anunciou ainda que \"Macarrão\" não poderá recorrer da decisão em liberdade. A advogada de Fernanda, Carla Silene diz que vai recorrer da sentença para sua cliente. Já o promotor Henry Wagner diz que não deve entrar com recurso e que a condenação de Macarrão e Fernanda aumentam as chances de condenar o goleiro Bruno Fernandes.

 

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