Charge: Clayton
¹Wasney de Almeida Ferreira
O brasileiro, herdeiro da cultura judaico-cristã, vive a espera de um salvador: A esperança personificada num messias. Enquanto os judeus viviam oprimidos pelos romanos, o brasileiro vive pela ignorância. Os judeus não acreditam que Jesus seja o messias enviado por Deus. Afinal, tudo continuou tão igual na vida dos judeus! Por isso, os judeus continuam esperando... Um dia o messias verdadeiro vai chegar e resolver tudo!
O brasileiro também não acredita que a Dilma seja a salvadora. Afinal, tudo parece ser tão igual na vida cotidiana! “Eu não ganhei bolsa família, então esse governo é ruim!”. Por isso, o brasileiro continua esperando... Deus tem que enviar um salvador... Alguém precisa resolver os problemas do Brasil... “O brasileiro não desiste nunca”... “A esperança é a última que morre”... O brasileiro acreditava que Collor era um enviado, um profeta. Ele falava tão bem! Ele se vestia tão bem! “Agora, tudo vai ser diferente!”. Entretanto, mostrou-se um lobo salteador vestido de ovelha. Ele foi crucificado exatamente por aqueles que o colocaram no poder.
Os caras-pintadas deveriam ser nomeados por “caras-lavadas”. Jesus argumentava ser da descendência de Abraão, o que lhe deu bastante reputação. Aécio, um pouco mais humilde que Jesus, afirma ser descendente de Tancredo: “Sou neto da democracia!”. Seria um messias, um profeta ou um romano alimentando a esperança? Instigar a esperança judaico-cristã no brasileiro para ganhar uma eleição é uma ideologia barata.
¹Psicólogo, mestre em linguística e doutorando em saúde pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)