Data de publicação: 22-10-2014 00:00:00

A importância de comparecer à urna

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

Ilustração: Divulgação

¹Bady Curi Neto

Vivenciamos neste pleito eleitoral um fenômeno que vem crescendo a cada eleição. Desde 1988, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral e amplamente divulgado pelos meios de comunicação, nunca houve tamanha abstenção de eleitores no comparecimento às urnas. Cerca de 27,6 milhões de pessoas deixaram de votar no último dia 5 de outubro.

Se somarmos a isso os votos nulos e brancos teremos o significativo número de 38,7 milhões de pessoas que deixaram de escolher um candidato. O número acima salta aos olhos por uma simples comparação: caso esses eleitores tivessem votado em algum candidato eles teriam o levado ao segundo turno da eleição presidencial ou, se apenas os que se abstiveram de comparecer as urnas tivessem apoiado os candidatos Aécio ou Dilma, a eleição estaria definida no primeiro turno.

Importante se faz, para esclarecimento do leitor, a distinção entre votos brancos, nulos e abstenção. Os primeiros são aqueles que o eleitor digita na urna como branco, ou seja, são manifestações de conformismo, como se o leitor concordasse com a vitória de qualquer candidato. O segundo caso - o nulo - é interpretado como insatisfação total e absoluta, em que o eleitor deixa claro que nenhum partido, candidato ou coligação estão aptos para representá-lo, seja no legislativo ou executivo. Já a abstenção proposital, a meu ver, é o descaso com futuro do país, a falta de comprometimento com o destino do Brasil, daí, inclusive, a obrigatoriedade do voto, pois o que esta em jogo, o direito tutelado é o destino da nação.

Os votos nulos e brancos, ao contrário do que alguns possam crer, não interferem no resultado da eleição, pois somente são computados os votos válidos, mas, estes não deixam de ser uma manifestação do eleitor de conformismo ou de insatisfação, como dito acima.

Já a abstenção injustificada, apesar de não influenciar no pleito eleitoral, demonstra o descaso, o acovardamento e, até mesmo, o exercício da incivilidade perante nosso próprio futuro e destino.
Lutamos mais de vinte anos pelo fim da ditadura e o restabelecimento do Estado Democrático de Direito, mas esta luta deve ser perseguida, dia a dia, por todos os concidadãos para sua consolidação eterna. Não adianta reclamarmos da corrupção, dos desmandos governamentais, do sistema de saúde, segurança, do maldito fator previdenciário para aposentadoria... Enfim, não adianta demonstrar uma série de indignações se acovardarmos e não exercermos nossa mínima parte que é o voto.

Costumo dizer que o dia da eleição é o maior espetáculo da democracia. Observemos nossos candidatos, vejamos quais suas propostas e o que cada um deles tem a oferecer ao país. Estudemos seu passado para saber como comportarão no futuro, vejamos suas experiências políticas e de administração pública e, aí, podemos exercer nosso voto com espírito de civilidade e cidadania.

¹Advogado, fundador do Bady Curi Advocacia empresarial e ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

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